CAOS - “Fechamento de unidade da Dedini é uma catástrofe”, diz sindicalista

Dedini: mais uma indústria de base que fecha as portas deixando os trabalhadores na rua da amargura
05/09/2016

Fernando Laurenti

“O fechamento da unidade da Dedini Indústria de Base em Sertãozinho já era previsto  no plano de recuperação judicial da companhia foi considerado  uma catástrofe” pelo secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade do interior paulista, Plinio de Souza.

"Ainda estamos assimilando a notícia e certamente vamos acionar o jurídico para tomar alguma posição para enfrentar isso", disse. A unidade, que já teve 3 mil funcionários no passado, no último ano a Dedini demitiu cerca de 645 trabalhadores das duas unidades,  hoje possuía apenas 100 empregados na produção de bens de capital, também foram desligados.

Além da venda de ativos para pagar, em 12 anos, o passivo de R$ 175 milhões sujeito à recuperação judicial, a Dedini espera com o fechamento a fábrica de Sertãozinho concentrar as operações em Piracicaba, sua sede. Do valor total, a empresa espera pagar R$ 32 milhões em créditos trabalhistas no primeiro ano após aprovação do plano de recuperação judicial e ainda R$ 20 milhões em rescisões contratuais.

Recuperação
A recuperação judicial foi requerida pelo Grupo Dedini em 24 de agosto de 2015. E o deferimento foi publicado em 9 de setembro do mesmo ano, no Diário Oficial do Estado de São Paulo.

A assembleia de recuperação judicial, que aconteceria nesta semana, foi remarcada para o dia 19 de setembro. Mas, antes de ser anunciada a suspensão, a Dedini informou que os R$ 15,8 milhões referentes à venda do estacionamento do Shopping Piracicaba já estão depositados na conta do processo de recuperação judicial, para que sejam direcionados aos ex-funcionários.

Em entrevista à Rádio Comunitária 87,5 FM, no dia de ontem, sexta-feira, 2, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Samuel Marqueti, convocou todos os trabalhadores demitidos da Dedini S/A para uma assembleia na próxima sexta-feira, dia 9, em frente à unidade fechada da Dedini em Sertãozinho - os demitidos de todas as épocas estarão se reunindo por volta das 8h da manhã.

O local já foi o orgulho de Sertãozinho e da região com a potência Zanini dos anos 70 e 80 passando dos 5 mil funcionários. Depois de crises e de dificuldades se fundiu com a Dedini, do grupo Ometto, se transformou na DZ, que dava à cidade uma esperança de sobrevida, passado um tempo, saiu a Zanini e ficou a DZ, só Dedini S/A, outra vez, nascia uma esperança seguida de desconfiança, já na época se falava que a diretoria da empresa Dedini gostaria de concentrar tudo em Piracicaba. Os anos se passaram e foi concretizada a desconfiança de alguns anos atrás, as instalações, com lugar preparado para uma grande indústria, volta a ser um lugar triste e sem vida.