MERCADO - Indústria vende mais máquinas agrícolas e fecha 2016 com mais empregos

Após uma queda de 31% nas vendas no primeiro semestre, em relação a igual período de 2015, acreditava-se que o ano terminaria em situação bem mais complicada
09/01/2017

As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias foram melhores do que o setor esperava no ano passado.

Após uma queda de 31% nas vendas no primeiro semestre, em relação a igual período de 2015, acreditava-se que o ano terminaria em situação bem mais complicada.

Não foi o que ocorreu. No segundo semestre, o cenário mudou completamente, e as vendas de julho a dezembro superaram em 27% as de igual período de 2015.

Com isso, o resultado final do ano ainda foi de queda, mas com percentual bem menor do que se previa no primeiro semestre.

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou na última quinta-feira (5) que as vendas totais de máquinas agrícolas e rodoviárias fecharam o ano em 42,8 mil unidades, ante 45 mil de 2015.

Este foi o terceiro ano seguido de queda nas vendas do setor, que, em 2013, chegou a vender 83 mil equipamentos.

A recuperação das vendas de máquinas no setor deu vida também ao mercado de trabalho. No mês passado, as indústrias de máquinas agrícola e rodoviárias empregavam 16,8 mil trabalhadores, 9% mais do que em dezembro de 2015.

Esse cenário de crescimento no segundo semestre contrasta com vários outros setores da economia brasileira, que, devido à crise econômica, têm desemprego recorde.

O destaque do ano passado fica para o crescimento nas vendas de colheitadeiras, que somaram 4.498 unidades. Esse número supera em 15% o de 2015.

Já as vendas de tratores não se recuperaram, tendo queda de 4%. Foram vendidas 35,96 mil unidades no ano passado, segundo a Anfavea.

A melhora no setor de máquinas no segundo semestre ocorreu porque os produtores mantiveram renda no ano passado. Ao contrário do que se esperava, a maior parte das commodities manteve preços favoráveis, devido à demanda internacional.

Além disso, o dólar ajudou permitindo ganhos maiores, em reais, nas exportações das mercadorias.

Com cenário favorável dos preços, os produtores ampliaram ainda mais as áreas de milho e de soja. O ritmo de crescimento da soja, no entanto, não foi tão intenso como nos anos anteriores.

O resultado é que já se prevê safra de milho acima de 90 milhões de toneladas, e a de soja, próximo de 104 milhões.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) espera uma safra total de grãos de 213 milhões de toneladas. Para colher essa safra recorde, os produtores elevaram as compras de colheitadeiras.

Paraná, Mato Grosso e Rio Grande Sul se destacam na compra de colheitadeiras. Os dois primeiros ficaram com 23% cada um das máquinas vendidas; os gaúchos, com 22%. (Com informações da Folha de S.Paulo)