POLÊMICA - Samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense revolta setores do agronegócio

Fantasia que será usada pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense na ala
16/01/2017

Associações, federações e entidades de classe ligadas ao agronegócio não gostaram do novo samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense, tradicional escola do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Com o tema ‘Xingu, o clamor que vem da floresta’, a agremiação vai levar para Sapucaí uma crítica ao setor e exaltar os índios da região. A letra classifica os produtores rurais como ‘invasores e monstros’, que desmatam as belezas naturais do país para plantar e ainda invadiram a terra que antes era habitada apenas por indígenas.

Na avenida, a escola vai entrar com alas batizadas de “fazendeiros e seus agrotóxicos”, “pragas e doenças”, “a chegada dos invasores” e “olhos da cobiça”. Em um dos trechos do samba-enredo, a escola vai cantar: “Sangra o coração do meu Brasil, o belo monstro rouba as terras dos seus filhos, devora as matas e seca os rios”. Diante da versão, representantes do meio rural se manifestaram com nota de repúdio à letra.

A escola não se manifestou sobre a polêmica. O site da agremiação diz que a escolha do enredo foi uma homenagem ao Parque Nacional Indígena do Xingu, localizado ao norte do estado de Mato Grosso, numa zona de transição florística entre o Planalto Central e a Floresta Amazônica.

 

Senador propõe CPI

 

O senador Ronaldo Caiado (DEM) afirmou que vai propor no Senado uma sessão temática “para discutir, debater e descobrir os financiadores da Imperatriz Leopoldinense e os interesses em denegrir o agronegócio”. “Com tantos problemas no país, que sofre com traficantes, bicheiros e facções, causa perplexidade uma escola de samba atacar o agronegócio, orgulho do País, que é o único setor que gera tantos resultados positivos”, disse Caiado. Já o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, divulgou em sua coluna semanal no Jornal Agora Sertãozinho um artigo falando sobre o tema onde defende o setor. “(...) este samba-enredo fala a uma minoria da elite, bem abastada e pretensamente intelectual, mas não comunica a realidade do povo brasileiro. Não revela a alegria, a animação e o efeito transformador que tem o nosso setor agropecuário”, expressou o secretário. (Com informações da Gazeta do Povo e Jornal o Globo)