1º DE MAIO - Autoridades comentam sobre o Dia do Trabalho
Lena Aguilar
Fernando Laurenti
O Dia do Trabalho foi comemorado no último domingo, 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo foi um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios. Em Sertãozinho, a Festa do Trabalhador aconteceu no Parque Ecológico com várias atrações e sorteio de uma moto, 8 bicicletas e 20 cestas de alimentos. A ganhadora da moto foi Eliandra Aparecida Moraes Costa, que recebeu a chave das mãos de Antonio Vitor, presidente do Sindicato Trabalhadores do Açúcar, Alimentos e afins de Sertãozinho e Região.
A história do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio desse ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias.
Emprego e desemprego em números
Atualmente, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em Sertãozinho foram desligadas do mercado de trabalho - de janeiro a março de 2016 - 5.559 pessoas. No mesmo período foram admitidas 5.705. Os números correspondem a um saldo de 146 contratações líquidas, que equivale a 0,37% de aumento acumulado no ano de 2016. Ainda de acordo com o CAGED, no setor de Indústria e Transformação foram registradas no mesmo período deste ano 2.294 admissões e 2.445 desligamentos. Um saldo de 151 (negativo) de contratações líquidas representando 0,81% (negativo) de acumulado no ano de 2016. “Importante observar que este período é tipicamente de reposição de contratações. Para desasonalizar os números é importante verificar a variação dos últimos 12 meses - que foi de admissão (17.625) e demissão (22.048) equivalente a uma demissão líquida de 4.423 carteiras, ou 9,97% (negativo) sobre março/2015”, explica o secretário de Indústria e Comércio, Carlos Liboni.
Mensagem Especial
Representantes de entidades falam sobre esta data tão importante para milhares de brasileiros.
“O 1° de Maio foi um dia de muita reflexão, pois devemos verificar aonde queremos ir, que rumos nós trabalhadores tomaremos juntos, como iremos enfrentar o desemprego e a crise sem prejudicar os que estão trabalhando. A hora não é de retrocesso e, sim, de muita negociação, união dos trabalhadores para uma vigília constante, pois nós trabalhadores não podemos arcar com o desmando do país. Através de muita luta e união, uma pauta justa e positiva dos trabalhadores, assim almejei um 1° de Maio, que sempre seja o início de um longo caminho, a retomada da dignidade não só dos trabalhadores de Sertãozinho e Pontal, como a retomada dos setores produtivos que geram os empregos”, revela Jonathan Faleiros.
“A verdade é que todo dia é o dia do trabalhador. Somos nós que através do nosso empenho fazemos o país girar. Principalmente os comerciantes, que dia após dia permanecem na luta para manter e expandir seus
negócios”, declara o presidente da ACIS, Paulo Roberto Scaranelo.
“1º de Maio foi dia para comemorar as lutas, vitórias e conquistas em busca de um país mais justo, de oportunidades iguais para todos. Por isso, metalúrgico, não desanime, e junte-se a nós nessa luta. Unidos somos imbatíveis, mas separados somos facilmente derrotados. Por isso, metalúrgicos de Sertãozinho e região, este é o momento da união da nossa categoria, pois há uma bandeira de luta que agora nós trabalhadores estamos travando em defesa dos direitos trabalhistas que estão em tramitação no congresso nacional”, disse Samuel Marqueti.
“Todos nós estamos acompanhando a situação do nosso país, que dia a dia vem se deteriorando na sua economia, política, moralidade e credibilidade, e, certamente, o povo brasileiro, em sua grande maioria, está indignado com essa situação. É um cenário assustador e que causa desespero tanto àqueles que já perderam seus empregos (e vale citar que o número é grande: são 10,4 milhões de pessoas desempregadas, segundo dados recentes do IBGE), como também àqueles que estão empregados, mas não sabem como ficará a sua situação, devido a essa instabilidade toda que o país enfrenta.
E, evidentemente, Sertãozinho não foge à regra. Foram 5 mil vagas fechadas no ano passado. Como nossa cidade tem o setor sucroenergético como referência, a perda foi sentida drasticamente. No entanto, desde quando assumimos a Prefeitura, estabelecemos algumas metas, no sentido de trabalhar para a retomada do setor, e tivemos alguns desdobramentos positivos como, por exemplo, o aumento da mistura do álcool anidro à gasolina, o que requer um aumento de atividade do setor, e também a volta da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que proporciona mais competitividade do álcool, que foi limitada pelo subsídio da Petrobras à gasolina. O Governo do Estado também respondeu as nossas reivindicações e tomou medidas importantes. Dois decretos, que reduziam o ICMS de alguns insumos de produção e diferindo o ICMS de produtos intermediários que circulam dentro das unidades, como bagaço e melaço, foram assinados. Assim, apesar do contexto que vivemos atualmente, com esta crise que afeta o nosso país e de maneira acentuada a nossa cidade, acredito que essa data é importante para todos nós refletirmos sobre o futuro do Brasil. Temos um país grande, geograficamente falando, e com pessoas grandes, no sentido amplo da palavra, com vontade de mudar a triste realidade brasileira. Precisamos ser otimistas e acreditarmos que tudo dará certo ao final. Como sempre digo: uma crise sempre nos traz uma lição!
Um abraço especial a todos os trabalhadores de Sertãozinho e da querida Cruz das Posses”, parabenizou o prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez.
“Este Dia do Trabalho de 2016 não foi exatamente um dia para comemorações por conta da perda de, praticamente, cinco mil postos de trabalhos formais, em Sertãozinho, apenas nos dois últimos anos.
Ainda que nossos trabalhadores, empregados ou não neste momento, desfrutaram das comemorações organizadas com muito carinho e empenho por diversos sindicatos de trabalhadores, em alusão a este dia. Deixo um convite à reflexão.
Todos aqueles envolvidos com o Trabalho, seja por meio de sua execução, seja por meio de sua geração, têm sido duramente castigados ao longo dos últimos anos.
Em que pese a grave crise internacional, que atingiu o planeta sem piedade a partir de 2008, e que, finalmente, dá sinais de amenização, Sertãozinho sofreu ainda mais que nossos irmãos de outras regiões, com a derrocada dramática enfrentada pelo resfriamento da atividade econômica do setor sucroenergético.
Não é o caso de, neste espaço, apontar culpados, mas sim de sugerir a união de todos para superar este período difícil de nossa história, com a esperança de que 2016 seja o início de nossa virada em direção a um futuro com menos sofrimento e com um pouco mais de prosperidade, que apenas pode advir do Trabalho honesto e incansável de cada um que, ao fazer sua parte, cedendo um pouco aqui ou ali, nos ajudará a sair desta situação.
Temos convicção de que, em 2017, teremos razões para comemorar de verdade a reversão desta situação, que confiamos que se iniciará ainda este ano.
Parabéns a todos os nossos Trabalhadores que comemoraram o 1º de Maio. Não desistam jamais, porque vocês ajudaram a construir nosso passado e, certamente, seguirão ajudando a construir nosso futuro”.
“Mensagens aos trabalhadores são sempre importantes. Apesar da atual situação do país, com alto índice de desemprego - são 10 milhões de desempregados, a nossa esperança é de que, com o processo do impeachment, o Brasil tome um rumo diferente, e o trabalhador possa ter mais estabilidade e mais tranquilidade. O setor produtivo precisa de profissionais para crescer e os mesmos precisam ser valorizados não apenas no dia 1º de Maio” finaliza o presidente da Copercana, Sicoob Cocred e Sindicato Rural, Antonio Eduardo Tonielo.