19ª FEIRA DO LIVRO DE SERTÃOZINHO 2022 REFLEXÕES

10/10/2022

Américo Perin

A Praça Mané Gaiola está em festa, pois, com a realização da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de nossa cidade, aconteceu, no dia 5, quarta-feira, a abertura da nossa 19ª Feira do Livro.

Em mais este ano, a ORQUESTRA JOVEM DE SERTÃOZINHO apresentou um repertório muito aplaudido pelos presentes. O escritor local homenageado foi Sandro Souza e o Patrono da Feira, o escritor Luís Antônio Simas.

Nossas autoridades sempre presentes abrilhantaram a cerimônia com suas falas muito pertinentes e atuais: o Prefeito, Dr. Wilsinho, o vice, Ricardo Almussa, o Secretário de Cultura e Turismo, Marcelo Pelegrini, secretários municipais e vereadores.

Há quem diga que está próximo o fim do livro impresso. Não creio. Só quem já saboreou uma boa leitura sabe do enorme prazer que é folhear pausadamente um livro, degustando cada palavra, juntando-a às outras e interpretando o conteúdo proposto pelo autor.

Contudo, eu diria que nada impede que as publicações doravante possam ser em papel e também disponibilizadas online, (de graça?), para que as pessoas possam prová-las – como dizem os franceses, uma degustação. Talvez essa fosse uma solução para um dos problemas, especialmente para autores que estão começando, pois, não raramente, eles não conseguem emplacar livros nas lojas e quem está começando na área da música gravada também padece do problema. Os lojistas não exibem as obras, e ninguém fica sabendo delas. O marketing online pode ser um caminho para impulsionar a venda do livro impresso ou de um bom CD.

Mas, falando dos livros, de modo algum ainda é hora de abandonar o papel. Apesar de tudo que se diz em contrário, as estatísticas mostram que o número de livros impressos no mundo está aumentando de forma fantástica! A cada ano, surgem novos títulos, e impressos! Cerca de um milhão de títulos novos por ano são lançados no mercado. Isso prova que falar que o livro impresso está morrendo é uma loucura. O livro impresso é uma invenção maravilhosa e ele funciona tão bem há tanto tempo. O que pode acontecer, e vai com certeza acontecer, é a coexistência dos livros híbridos: impressos e eletrônicos.

Uma mídia não substitui outra. A história mostra isso com clareza. Veio o rádio e não matou os jornais, veio a TV e não matou o rádio. Agora, veio a internet e a TV está aí firme e forte, com grande audiência.  

É inegável que a internet é uma boa novidade e acredito que ela tem condições de democratizar a informação. Contudo, há que se buscar formas para preservar os direitos autorais que ainda não estejam no domínio público. Atualmente, uma obra passa a ser de domínio público a partir de 70 anos da data do falecimento do autor. Talvez isso pudesse ser revisto, dada a velocidade com que a informação acontece hoje em dia, proporcionando o descarte dos interesses muito rapidamente, coisa que parece inerente aos tempos modernos...

Então, temos aí outro problema, um aspecto que talvez seja mais danoso, atualmente, para se criar o hábito da leitura nos nossos jovens: a ansiedade pela velocidade na busca por palavras por parte dos estudantes, fato criado, sem dúvida, pelos hábitos da internet. E isso produz superficialidade. Eles nem sempre leem livros da capa à contracapa. Eles se atêm somente ao que acham relevante. Isso descontextualiza a leitura, pois eles apenas pescam algumas informações e não entendem o livro como um todo. Nem as consequências óbvias disso...

Fica aqui o desafio para os professores: não só os de português, mas todos, pois como se aprenderá o conteúdo das demais matérias se os livros que falam delas não forem lidos na íntegra, pausadamente, degustando-se as palavras e juntando-as para se poder absorver o que nas páginas foi escrito?

 

ORQUESTRA JOVEM DE SERTÃOZINHO NA ABERTURA DA 19ª FEIRA DO LIVRO