A intolerância do dia a dia
Como adoro escrever artigos sobre variados assuntos, sendo que dependendo do dia escrevo sobre algo que percebi em determinada circunstância do meu cotidiano, dessa vez resolvi discorrer sobre INTOLERÂNCIA.
Antes, porém, vamos à definição do termo. Segundo o dicionário on-line da Língua Portuguesa, a palavra Intolerância é um substantivo feminino, cuja definição é: característica de intolerante, inflexível, de quem não expressa perdão nem clemência; intransigência. Define-se também como a ausência de tolerância ou falta de compreensão.
Pois bem, como ser humano falho que sou, que também tenho momentos de intolerância como qualquer indivíduo, dependendo da situação, tenho visto que essa característica inerente a todos está aflorada demasiadamente em algumas pessoas e fico pensativa sobre o porquê de tanta intransigência em determinadas ocasiões.
Começo a refletir e me questiono: por que será que o ser humano está tão intolerante no dia a dia? Por que tanta ira ao reclamar de alguma coisa que o desagradou? Será que o dia dessa pessoa começou tão ruim assim, a ponto de deixá-la tão incompreensível e agressiva para com quem cruza seu caminho por motivos que poderiam ser tratados de forma mais leve?
Tais reflexões acontecem especialmente quando presencio cenas de intolerância ou fico sabendo de tristes fatos ocorridos devido à falta de clemência perante outro cidadão em algumas ocasiões.
Para citar um exemplo, nesta semana acompanhei uma triste cena de intolerância no trânsito, que foi vista também por outras pessoas, inclusive crianças. Eram 7h da manhã quando estava aguardando um carro passar para atravessar a rua e deixar minha filha na porta da escola, quando, gentilmente, a motorista, que acabara de deixar seus filhos na unidade escolar, parou o veículo poucos centímetros após a faixa de pedestre e me deu sinal para cruzar a rua antes que ela seguisse o caminho.
Agradecida, comecei a atravessar a rua com minha filha e a motociclista que estava ao lado do veículo que cedeu a passagem começou a gritar, desferindo palavras de baixo calão contra a motorista do carro, pelo fato de a mesma ter parado o veículo, “atrapalhando-a” a ultrapassar e seguir seu trajeto.
Todos que estavam no local ficaram assustados com tamanha intolerância da motociclista em face da motorista, que, além de agir de forma gentil, cumpriu com as orientações do trânsito, que são diminuir a velocidade próximo a unidades escolares, bem como ceder passagem ao pedestre, quando esse está perto da faixa. No caso, não estávamos exatamente em cima da faixa, como citado anteriormente, porém, o que prevaleceu ali foi o bom senso da motorista.
Triste com o ocorrido, fiquei a manhã toda refletindo sobre o fato. Alguns momentos, pensava na gentileza da motorista, que, com um belo sorriso no
rosto, nos deu passagem; e, por vezes, lembrava da ira e das palavras agressivas da motociclista, que, de forma implacável, protestava pelo fato de ter sido atrapalhada naqueles poucos segundos que a impediram de seguir o caminho.
Por fim, cheguei à conclusão de que cada um oferece para os outros o que tem dentro de si naquela determinada ocasião. Pode ser que, naquele dia, uma delas estivesse muito bem no referido momento, e a outra com preocupações que a tiraram do eixo, tornando-a intolerante de forma demasiada. Entretanto, penso que, independentemente do nosso estado emocional, devamos nos atentar para não explodir e não jogar em cima de outras pessoas nossas frustações do dia a dia.
Que tenhamos calma e sejamos mais tolerantes!
POR: TATIANE CRISTINA PEREIRA GUIDONI GIMENEZ
JORNALISTA – MTB: 47.966
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