A leitura, o exemplo e o incentivo
A leitura me atrai há um bom tempo. Na realidade, ela me acompanha há algumas décadas, já que comecei a me envolver de fato com o mundo dos livros no início da adolescência, vendo minha mãe devorar páginas de obras literárias diariamente, nos intervalos do labor fora e dentro de casa.
Antes, porém, ainda no começo do Primeiro Grau, quando, aos sete anos de idade, me arriscava a ler as primeiras palavras aprendidas na escola, feliz e maravilhada com o mundo das letras que estava conhecendo, fui presenteada por minha mãe com gibis de histórias em quadrinhos. Ali, começou meu encantamento pela leitura.
Com o objetivo de me incentivar a ler, mesmo com tamanha dificuldade financeira, minha mãe me presenteou com uma coleção de livros infantis, composta por oito unidades. Contando então com oito anos de idade, fiquei encantada com os livros, cujas capas possuíam desenhos que mudavam conforme eram levantados, Um atrativo e tanto para as crianças.
A partir de então, queria ler todos os dias aqueles livros, que me transportavam para lugares incríveis, com histórias que, até hoje, são capazes de produzir incontáveis sensações e fazer a imaginação fluir nas cabecinhas das crianças, como “O gato de botas”, “Rapunzel”, Chapeuzinho vermelho” e “João e Maria”.
Os referidos livros foram conservados até os dias de hoje, 35 anos após minha mãe tê-los adquirido, sendo que encantaram outras crianças da família, como minha prima Carla e minha irmã Eduarda – ambas já na fase adulta. Há cinco anos, estão sob os cuidados de minha filha Valentine, de 11 anos, que agora é a leitora e guardiã da coleção.
Gostava tanto de ler que, certa vez, aos 17 anos, estudante do 3o colegial, trabalhando durante o dia e estudando à noite, andava pelas ruas da cidade com um livro na mão, lendo durante o trajeto de casa para o trabalho e vice-versa. Tal façanha me rendeu uma trombada com um poste, quando estava a caminho de volta para casa. Nada que me inebriasse mais do que as linhas daquele livro.
Saindo do passado e voltando para o presente, continuo sendo uma leitora assídua de livros, revistas, jornais impressos e ainda da leitura on-line, que conta com uma infinidade de informação para todos os gostos.
Nada comparado ao prazer de folhear as páginas de um livro, na minha humilde opinião.
Apaixonada pelas palavras e pelo poder da união das mesmas, sigo fazendo o que minha mãe fez na minha infância, como forma de incentivar minha filha a se embrenhar no mundo da leitura.
Atualmente, em meio à concorrência dos diversos dispositivos eletrônicos que seduzem nossas crianças – e também os adultos –, percebo que o exemplo continua sendo um ótimo aliado para estimula-las a se interessar pela leitura, que promove o conhecimento, além do encantamento.
Ainda não alcancei de forma total meu objetivo, que é vê-la pegar um livro de forma espontânea, sem que eu tenha que ficar lembrando-a da importância da leitura, mas já conquistei algumas vitórias, como o fato de ela pedir para comprar alguns livros recentemente quando visitamos a Feira do Livro da cidade e já ter começado a ler um deles.
É só o começo, mas é de encher de alegria, orgulho e gratidão o coração de uma mãe, jornalista, apaixonada pelo poder da escrita e da leitura.
Por: Tatiane Cristina Pereira Guidoni Gimenez
Jornalista – MTB: 47.966
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