A mãe da minha amiga
A mãe da(o) minha(meu) amiga(o) é muito mais legal do que você!! Essa frase já foi ouvida diversas vezes por muitas mães – ou todas eu me arrisco a afirmar –, dependendo da idade do(a)(s) filho(s)(as), já que, conforme vão crescendo e aprendendo, as crianças passam a ter mais repertório linguístico e até coragem para falar o que sentem às pessoas mais próximas.
Como mãe de uma menina de 11 anos, mesmo sendo amorosa e dedicada nos cuidados dispensados à minha filha, ouvi e ainda ouço algumas vezes essa frase, acompanhada de expressões, como raiva e tristeza, além de choro.
No meu caso, normalmente a frase que deu início ao texto vem depois que minha filha é chamada atenção por algum motivo, como, por exemplo, a cobrança para desligar aparelhos eletrônicos devido ao limite de tempo combinado e que já foi encerrado; fazer as tarefas escolares; escovar os dentes, dentre outras.
Aí vem aquela ladainha: “a mãe da fulana a deixa jogar até tarde da noite. Ela é muito mais boazinha e legal do que você. Você é uma chata”! E o que eu e a maioria das mães respondem? “A fulana é a fulana e a mãe dela é a mãe dela. Cada casa tem um tipo de funcionamento e cada família tem sua regra”.
A resposta desta mãe aqui, que, mesmo sendo amorosa, é exigente e firme com a filha, vem acompanhada de uma outra frase: “quando você crescer vai me agradecer por ter sido chata”.
No fundo, nós, mães, temos o papel de chata mesmo. Somos nós que, mesmo trabalhando fora, ao chegar em casa ensinamos; repreendemos; fazemos diversos questionamentos – por vezes insistentes e cansativos –; apontamos erros (e claro que os acertos também); corrigimos. Enfim, a mãe é a chata da casa, porque, mesmo que o pai seja presente, firme, e ajude na educação do(a)(s) filho(a)(s), não carrega consigo aquela cobrança contínua que está implícita e explícita junto à figura da genitora.
Em síntese, nós, mães, vamos educando, cada qual à sua maneira, estilo de vida e sem uma fórmula mágica, pois cada mãe, a partir do momento em que se torna responsável por uma criança, encontra uma forma de educar o(a)(s) filho(a)(s), que surge naturalmente, sendo que algumas vezes carregamos palavras,
frases e até atitudes oriundas da educação que recebemos na infância.
Por vezes, aproveitamos os aprendizados que tivemos, ora aprimorando-os, ora atenuando-os, com o objetivo de moldarmos para o mundo seres humanos do bem, responsáveis, educados, empáticos e que poderão fazer deste planeta um lugar melhor para se viver; e, quem sabe, sem guerras.
No frigir dos ovos, a mãe do(a)(s) coleguinha(s), vez ou outra, será apontada como mais legal, mas, no fundo, nossos filhos sabem do amor incondicional que temos por eles, reconhecem que nossas chatices são necessárias e acontecem oportunamente. Ainda assim, eles nos amam!