Cristiane Framartino Bezerra
“Sob o Céu que nos protege, falando de Deus, Anjos, Espiritualidade e Amor”
Com Cristiane Framartino Bezerra
Conta-se nos relatos de antigos povos e culturas, que há muito tempo, Deus costumava falar frequentemente com os homens. E os homens, com Deus.
Os Anjos se revelavam, eram vistos voando por toda a parte levando alento e inspiração.
Até que... Os seres humanos descobriram e inventaram vários equipamentos de melhoria para a condição da espécie humana, Revoluções foram feitas, grandes descobertas materiais e científicas... E Deus foi ficando cada vez mais restrito a Igrejas, Templos e Ritos Sagrados. Assim como os Anjos e Arcanjos, pintados nas naves das Catedrais, esculpidos em mármore e gesso nos locais sagrados...
As crianças, especialmente as cristãs nascidas no Catolicismo, foram ensinadas a orar a Prece do Anjo da Guarda. Porém, depois de adultas, muitas sequer lembram que anjos existem de verdade e estão sempre disponíveis a auxiliar e amparar aos que a eles recorrem...
Assim, muitas tradições foram e vão se perdendo tempo afora.
Lembro que, nascida num lar cristão, católico, havia um respeito absoluto pelas datas e ritos sagrados. A Quarta-feira de cinzas era um destes dias, assim como a Sexta Santa. Eram dias em que o silêncio e a prece reinavam absolutos em casa, tanto quanto na rua onde morávamos. Não se comia carne, íamos todos à Missa das Cinzas, simbolizando o perdão e o fato de que “do pó viemos e a ele voltaremos” ... Entrava-se no período da Quaresma, tempo de reflexão, convite à interiorização, a evitar exageros em todos os sentidos.
Um respeito devocional e reverente se percebia em muitos lares. Mesmo as músicas eram tocadas em volumes mais baixos e normalmente, as que elevavam espiritualmente as pessoas...
Atualmente é nítida a diversidade de templos, igrejas, locais dedicados à reverência e à oração... Porém, é claro também o distanciamento de ritos, usos e costumes religiosos, e o pior de tudo, o distanciamento grande que há do próprio Criador de tudo e de todos.
Para os cristãos, espiritualistas ou não, para todos os que acreditam no Amor e na força da reciprocidade e da paz vencendo diferenças, preconceitos, mágoas e ressentimentos, fica aqui um convite para que possamos aproveitar este tempo, ainda que simbólico, para um pouco mais de recolhimento e prece, o repensar da própria existência, do real propósito da nossa caminhada pelo Planeta e acima de tudo, dedicar um tempo diário à prece, meditação, respiração, para que possamos novamente ouvir Deus nos nossos corações!
Cristiane Framartino Bezerra
Historiadora de Religiões, Angelóloga, Escritora