ALERTA - Sertãozinho entra em estado de epidemia, 1.738 casos de dengue confirmados e 1.856 casos notificados.

22/02/2016

Lena Aguilar

 

O sertanezino Jaciano Oliveira, morador do bairro Jardim Santa Marta, reclama sobre a água parada na esquina da Rua Pascoal Prati, nº 262. Ele e outros moradores temem o foco do mosquito transmissor da dengue.

Jaciano alega o entupimento no esgoto e alerta sobre baratas e ratos, consequência do mato alto nos terrenos, além do mau cheiro por causa da água parada. O morador pede a colaboração do Saemas.

Esta é mais uma das inúmeras reclamações que vem ocorrendo nos últimos tempos por causa da proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya.

A mídia regional anuncia que a dengue avança a passos largos na região. Ribeirão Preto e outros 22 municípios, já chegaram a 3.790 casos confirmados e 14 mil suspeitos, sendo que parte deles aguarda exames laboratoriais para confirmação da doença.

Cinco mortes possivelmente causadas pela dengue estão sendo investigadas – quatro delas em Ribeirão Preto e uma em Sertãozinho.

Os casos de zika também preocupam. Foram registrados 529 casos suspeitos da doença, sendo 430 em Ribeirão Preto e 99 na região. Entre eles, 147 são gestantes e 11 delas, de Ribeirão, já tiveram o diagnostico confirmado.

Os municípios relatam grande dificuldade em confirmar os casos de zika, já que a demanda é grande e existe apenas um tipo de exame.

Foco na epidemia em Sertãozinho

 

Além de Ribeirão Preto e Batatais, Sertãozinho também enfrenta epidemia da doença, são 1.738 casos confirmados e 1.856 casos notificados, mesmo o município realizando medidas de combate contra o mosquito Aedes, inclusive com vídeos publicitários, arrastões intensificados nos bairros da cidade e alerta geral para a população denunciar os focos existentes na cidade. Todas essas ações tem objetivo de conscientização pública.

“As cidades que mais cuidaram antes, terão menor número de casos”, diz o infectologista Juvêncio Furtado da Sociedade Brasileira de Infectologia. E frisa: “Ninguém pode baixar guarda. É preciso combater o mosquito”.

 

Sete estratégias para se proteger do Aedes Aegypti

 

A melhor maneira de combater esse mal é impedindo a reprodução do mosquito. Por isso, fique atento para saber as melhores formas de proteção:

Evite o acúmulo de água

"O Aedes Aegytpi coloca seus ovos em água limpa, mas não necessariamente potável", explica o pesquisador Rafael Freitas, do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz. Por isso, jogue fora pneus velhos, vire garrafas com a boca para baixo e, caso seu quintal seja propenso à formação de poças, realize a drenagem do terreno. Não esqueça também de lavar a vasilha de água do seu bicho de estimação regularmente e manter fechadas tampas de caixas d'água e cisternas.

Use repelente

O uso de repelentes, principalmente em viagens ou em locais com muitos mosquitos, é um método eficaz para se proteger contra a dengue. Recomenda-se porém, o uso de produtos industrializados. Uma pesquisa realizada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) revelou que repelentes caseiros, como andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja, não possuem grau de repelência forte o suficiente para manter o mosquito longe por muito tempo. Mas eles podem ser usados junto com o industrializado, uma vez que o cheiro forte pode gerar confusão de odores no Aedes Aegypti, que é atraído pelo gás carbônico e pela amônia liberada pelo nosso organismo.

Coloque areia nos vasos de plantas

O uso de pratos nos vasos de plantas pode gerar acúmulo de água. Há três alternativas: eliminar o prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia. "A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos", aponta o pesquisador Rafael Freitas.

Coloque desinfetante nos ralos

Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente tornam-se foco de dengue devido ao constante uso de produtos químicos, como xampu, sabão e água sanitária. "Entretanto, alguns ralos são rasos e conservam água estagnada em seu interior", alerta o pesquisador Rafael. Nesse caso, o ideal é que ele seja fechado com uma tela ou que seja higienizado com desinfetante regularmente.

Limpe as calhas

"Pesquisas realizadas em campo mostram que os grandes reservatórios, como caixas d'água, são os criadouros mais produtivos de dengue, mas as larvas do mosquito também podem ser encontradas em pequenas quantidades de água", afirma Rafael. Para evitar até essas pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses, pois um leve entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes Aegypti.

Coloque tela nas janelas

Embora não seja tão importante, colocar telas em portas e janelas pode ajudar a proteger sua família contra o mosquito da dengue. "O problema é quando o criadouro está localizado dentro da residência. Nesse caso, a estratégia não será bem sucedida", contrapõe Rafael Freitas. Por isso, não se esqueça de que a eliminação dos focos da doença é a maneira mais eficaz de proteção.

Lagos caseiros e aquários

Assim como as piscinas, a possibilidade de laguinhos caseiros e aquários se tornarem foco do mosquito da dengue deixou muitas pessoas preocupadas. Mas fique tranquilo. De acordo com o especialista Rafael Freitas, peixes são grandes predadores de formas aquáticas de mosquitos. "Pesquisas realizadas no Ceará, mostraram que um único exemplar de peixe Betta splendes pode consumir cerca de 500 larvas de mosquito por dia", conta. O cuidado maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são limpas com frequência.