Alimentação: em casa ou nos restaurantes?

Atendendo a pedidos, retomamos um assunto já abordado este ano: o custo da alimentação. Com os preços subindo de maneira desenfreada, o consumidor precisa redobrar sua atenção nas decisões de consumo e, principalmente, exercer controle sobre seus gastos diários. Durante nossa rotina diária, acabamos por consumir muitos alimentos de forma desnecessária, em locais inadequados, criando um hábito pouco saudável física e economicamente.
Dúvida: fazer uma refeição completa ou optar por lanches e salgados? Fácil de responder: refeição completa é muito melhor em todos os sentidos. E, então, alimentar-se em casa ou em algum restaurante? Pesquisa realizada constatou que, em Sertãozinho, os restaurantes praticam uma variação de preços entre R$ 50,00 e R$ 80,00 pelo quilo de comida pronta. Na mesma pesquisa, o “marmitex” pode ser encontrado por R$ 12,00 e até R$ 45,00, dependendo do formato e da quantidade/qualidade dos alimentos que contém.
Se considerarmos que um indivíduo consumirá aproximadamente 400 gramas de alimentos, ele terá um custo mínimo de R$ 20,00, que pode aumentar se consumir um refrigerante, suco, água ou cerveja! No restaurante mais caro, a despesa pode passar de R$ 40,00. Alguns fatores devem ser considerados: no restaurante, a variedade de produtos estimula um consumo maior. É o que chamamos de “gula”! As pessoas comem uma quantidade maior que em casa por todas as condições favoráveis oferecidas pelos estabelecimentos, que ainda podem oferecer maior quantidade de alimentos pesados, como maioneses, embutidos, tortas e outros. Consequentemente, o gasto será maior ainda.
E em casa? Quanto custa?
Considerando um prato razoavelmente saudável, com arroz, feijão, um pedaço de carne, verduras e legumes, haverá um custo aproximado de R$ 9,00. Então, na ponta do lápis, almoçar em casa é mais barato. Verdade? Pode ser que sim. A pessoa deve avaliar se vale a pena (e é possível) retornar até sua residência, preparar a refeição e voltar ao trabalho. Lembre-se que a sua hora também representa um custo. Além disso, o brasileiro habitualmente desperdiça muita comida em casa. O custo aproximado do prato em casa pode ser multiplicado por quatro ou cinco vezes se considerarmos tudo aquilo que é perdido, jogado fora sem uso ou por má conservação. Nas compras diárias, semanais ou mensais nos supermercados, o gasto também pode ser muito alto, diante dos supérfluos que adquirimos.
Em casa ou nos restaurantes, comprando “marmitex” ou levando uma marmita de casa, qualquer opção é válida se atender às necessidades do consumidor consciente. O importante, acreditem, é a satisfação pessoal. A felicidade se constrói também com bons hábitos alimentares, que garantem condição saudável e disposição para as atividades diárias. Faça a sua escolha, avaliando todas as possibilidades. O importante é saber realmente como seu dinheiro está sendo gasto e se está valendo a pena!
Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em administração, professor da Fatec/STZ e da Unip/RP.