ALIMENTAÇÃO - Nesta semana se comemorou o Dia Mundial da Alimentação
Fernando Laurenti
Dieta desequilibrada, sedentarismo, histórico familiar e estresse precoce. Quando olhamos o quadro de obesidade infantil no Brasil esses dados surgem como indicadores do problema. A má alimentação dos pais reflete nas crianças que, muitas vezes, não recebem muito incentivo para comer bem. Para piorar, os maus hábitos são reforçados pelos ambientes preferidos dos nossos filhos como festas infantis, shoppings, até mesmo a casa da vó.
Um estudo internacional sobre obesidade Infantil, desenvolvido em 2014 em vários países, apontou que 39% das crianças brasileiras são obesas. Esta taxa foi considerada pelos pesquisadores como “extremamente alta”. No entanto, a conclusão foi ainda mais preocupante, uma vez que revelou que esse número deve continuar subindo, pois a quantidade de crianças com excesso de peso é muito maior do que as que sofrem de obesidade. No entanto, com o passar do tempo é provável que estas se tornem obesas caso não aconteça uma mudança de hábitos.
Na última sexta-feira,16, se comemorou o Dia Mundial da Alimentação. Quando esta data foi criada há muitos anos atrás era para tratar da fome no mundo, pessoas subnutridas.
Hoje no Brasil esta data é usada para tratar a obesidade da população. E são vários os cuidados que as pessoas devem ter para evitar vários tipos de doenças provenientes do excesso de peso.
Obesidade é sinal de problemas futuros, por isso as pessoas devem se alimentar corretamente usando a regra básica, frutas, verduras, produtos menos calóricos e ainda fazer o metabolismo do corpo funcionar direito comendo de três em três horas.
A sociedade está reproduzindo diariamente um estilo de vida perigoso para a saúde, onde a criança é estimulada a consumir produtos industrializados e viver uma vida sedentária na frente da TV, do videogame e do computador.
O quadro se agrava quando chega a hora de comemorar aniversários. Salgadinhos, frituras, doces e refrigerantes ditam a regra da grande maioria dos buffets.
O entretenimento e as brincadeiras também ficam restritos a equipamentos sofisticados e que pouco estimulam a criatividade e a interação entre as crianças.
Estamos no pior cenário possível para os pais que desejam fugir desse estilo de vida. Muito se fala, mas pouco se faz.
Devemos considerar o quanto a alimentação saudável é essencial para o crescimento, desenvolvimento e criação de uma melhor qualidade de vida. Assim, a mudança ou a criação de hábitos saudáveis deve começar dentro de casa e se estender para todos os outros ambientes.
O importante é termos a consciência de que é possível nos alimentarmos bem com opções saborosas. Uma boa prova disso são serviços que estão ganhando espaço no mercado por apresentar essa preocupação e ter um compromisso com a qualidade.
Nos últimos cinco anos, a busca por alimentos e bebidas saudáveis aumentou 98%, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.
A verdade é que precisamos ficar atentos ao estilo de vida que vivemos e estamos oferecendo as nossas crianças - esses dados sobre a obesidade e o sobrepeso são um alerta para a mudança. No começo vai ser um pouco mais difícil lutar contra a maré já existente, mas com o tempo as opções devem crescer e os hábitos, mudarão.
MARIA CLAUDIA LUIZ, Nutricionista