AMADO E ODIADO - Prepare-se: está começando mais um horário brasileiro de verão

19/10/2015

Lena Aguilar

Não tem como escapar. À zero hora deste domingo, 18, tem início o horário brasileiro de verão, onde devemos adiantar o relógio em uma hora. Este horário vai até à zero hora do dia 21 de fevereiro de 2016. O objetivo do horário de verão é que durante a primavera e o verão, em grande parte do Brasil, os dias são mais longos do que as noites, ou seja, o sol surge mais cedo (alvorecer) e se põe mais tarde (entardecer). Para aproveitar melhor a luz natural, foi instituído o adiantamento do relógio em uma hora em relação do horário legal.

As vantagens é a redução do consumo de luz artificial, ou seja, da energia elétrica, principalmente, para iluminação, e aumento das horas de lazer, visto que escurece mais tarde. O melhor aproveitamento da luz do sol traz benefício geral à população, seja para o lazer ou para atividades comerciais, indústria, turismo e, também, se ganha com os benefícios ecológicos e a preservação do meio ambiente.

O horário de verão no Brasil é aplicado por decreto nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, portanto, nos seguintes estados: DF (Distrito Federal), ES (Espírito Santo), GO (Goiás), MG (Minas Gerais), MT (Mato Grosso), MS (Mato Grosso do Sul), PR (Paraná), RJ (Rio de Janeiro), RS (Rio Grande do Sul), SC (Santa Catarina) e SP (São Paulo).

Uma hora de sol a mais no dia. Costuma ser essa a perspectiva daqueles que apreciam o horário de verão e gostam da oportunidade de ter um tempo no final da tarde para praticar alguma atividade física ao ar livre antes que a noite finalmente caia. Uma hora para acordar mais cedo e ir trabalhar ainda na escuridão. Costuma ser essa a perspectiva daqueles que não gostam da alteração em seu relógio biológico, tendo que sair de casa de manhã muitas vezes antes de o sol se levantar.

A polêmica em torno do horário de verão é tão antiga quanto ele. O primeiro país a adotá-lo foi a Alemanha, em 1916, como parte do esforço para economizar energia durante a Primeira Guerra Mundial. Pouco tempo depois, outros países europeus e os Estados Unidos fizeram o mesmo. Em 1931 foi o primeiro ano em que vigorou o horário de verão no Brasil. De lá para cá, ele foi adotado algumas vezes nas décadas seguintes, quase sempre em todo o território nacional, e na maioria das vezes, entre outubro e fevereiro, mas em 1950, durou até 30 de abril. Desde 1985, ele é adotado todos os anos, ininterruptamente. Antes desse ano, a última vez que vigorara havia sido no verão de 1967/68. A partir de 1988 deixou de ser adotado em todo o território nacional e hoje inclui apenas as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. 

Segundo o site do Operador Nacional do Sistema, órgão responsável pela coordenação e controle da geração e da transmissão de energia no Brasil, o objetivo principal do horário de verão não é propriamente a economia de energia, mas a redução da demanda máxima nos horários de pico. Como a iluminação passa a ser acionada uma hora mais tarde, deixa de haver coincidência com o horário em que indústria e comércio mais demandam eletricidade. Com isso, evita-se a sobrecarga do sistema.

O horário de verão é atualmente regido pelo Decreto nº 6.558 de 2008. Segundo o texto, os relógios devem ser atrasados em uma hora sempre no terceiro domingo de outubro e novamente adiantados no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, exceto se for domingo de Carnaval – nesse caso, o horário de verão será encerrado no quarto domingo de fevereiro.

 

Horário de Verão em Sertãozinho

 

Essa mudança pode trazer alguns desconfortos para a saúde das pessoas por causa das oscilações em relação às questões climáticas. O médico pneumologista Maury Otaviano explica reflexos do horário de verão na saúde e dá algumas sugestões para facilitar a adaptação.

Para o médico, a mudança do horário pode alterar o organismo das pessoas, como, por exemplo, o metabolismo. Ele passa dicas de como as pessoas podem se adaptar nas questões climáticas no horário de verão.

 

“A temperatura está oscilando entre 35 e 40 graus. O mal que este horário de verão faz para o organismo não tem justificativa, principalmente em relação à saúde das pessoas é inacreditável. O estado de saúde piora com esta mudança de horário.

Por causa disso, deveria deixar como está, porque é fixo. Há órgãos públicos que não fazem economia de energia. Quem faz economia é a população, por causa da conta de energia que aumenta”. 
Com as mudanças climáticas as pessoas devem prestar atenção, alerta Otaviano.

“Com a alta temperatura, o organismo fica prejudicado por causa da baixa umidade do ar. As dicas são tomar bastante água para se hidratar, deixar o lugar mais úmido, principalmente na hora de dormir, utilizar de soro fisiológico, se possível evitar atividade física no horário correspondente entre 11h e 16h. O horário de verão em Sertãozinho é prejudicial por causa da baixa umidade”, aponta.

Nos últimos anos, o horário de Vvrão tem sido motivos de polêmica entre a população. Alguns são a favor e outros são contra.

“Eu sou contra, porque fico mais exposta ao sol. Minha rotina muda por completo, tenho que acordar mais cedo. Já neste horário que antecede o início do horário de verão é bem melhor. A gente vem mais disposta para trabalhar,” prefere Fátima Silva, que atua na limpeza das praças públicas.

Para o produtor Leandro Maronese “no momento o clima está quente. Sou a favor de acordar mais cedo. Eu gosto mais do horário de verão”.

O estudante Kenedy Belém, que veio do Amazonas, também tem a mesma opinião e está gostando do clima da cidade e prefere o horário de verão, independente que ainda tenha que se adaptar. “Com o horário de verão aqui em Sertãozinho para mim vai ser bom, porque eu morava no Amazonas e lá é muito quente. Agora é só adaptar. Aqui o pessoal reclama de calor, mas para mim está ótimo, está fresco”, explica Kenedy.

Para finalizar as opiniões, Maury Otaviano disse que é contra o horário de verão.

“Sou contra, porque como médico estou sabendo dos malefícios que este horário traz para o organismo. Mudando o horário, a gente força o organismo no ponto de vista da saúde e na questão econômica, pois não sabemos se estão falando a verdade, pelo fato que uns economizam 10%, enquanto outros gastam mais de 30%. Fica difícil acreditar que este horário de verão está de fato reduzindo energia, mas para a saúde é prejudicial”.