Beto Bellini
Nos últimos dias, um susto na economia brasileira: o preço do dólar voltou a subir, atingindo valores impensáveis em curto intervalo de tempo. O dólar está ficando mais caro e com uma valorização em relação ao real. O que isso impacta na vida do trabalhador comum?
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda em relação a outras moedas. No caso, o preço do dólar em relação ao real. Este valor é determinante para a relação entre oferta e demanda. Quanto maior o preço do dólar, menor o interesse em sua compra.
Para aqueles que consomem produtos importados, muito provavelmente haverá um acréscimo no custo de suas compras. Os preços subirão e haverá uma retração na compra dos importados e direcionamento da demanda para produtos brasileiros similares ou substitutos.
A tendência normal é de piora para os importadores e melhora para os exportadores. Ou seja, os produtos brasileiros ficarão mais competitivos no mercado internacional e serão mais consumidos. Isso melhora o saldo da balança comercial sensivelmente e pode, mantido o cenário, permitir a geração de mais e melhores empregos.
O dinheiro investido no setor produtivo não é considerado de risco, como o especulativo.
Para tentar evitar variações excessivas e bruscas do dólar, o governo tem ao seu alcance algumas ferramentas. Esses instrumentos financeiros consistem basicamente em colocar dólares no mercado para, assim, baixar o preço da moeda, ou em retirar dólares para forçar uma alta, dependendo do objetivo do governo.
A alta contínua da cotação do dólar tem, de maneira bastante resumida, duas explicações – uma de origem externa e outra de origem interna.
Com a economia dos Estados Unidos reagindo, o dólar volta a ser o investimento mais interessante para todo e qualquer investidor. Daí, quando todo mundo compra dólar, ele fica mais caro.
Por outro lado, o país acabou perdendo a confiança dos investidores por conta de tributação elevada, IOFs descabidos em momentos impróprios. No Brasil, nos últimos tempos, muitas mudanças de regras aconteceram, afetando a credibilidade. O problema interno que também afeta a cotação do dólar consiste num quadro que alia três fatores principais: inflação alta, uma economia que não reage e o desempenho das contas externas brasileiras.
Alguns produtos como pão, macarrão, massas, vinhos, combustíveis entre outros, aumentarão de preço no mercado interno.
O custo das viagens internacionais também deve ser afetado. Acrescentam-se ainda os eletrônicos e alguns produtos agrícolas que têm o preço definido pelo dólar.
Agora, a perspectiva é que muita gente prefira investir em mercados que voltaram a ser seguros.
Momento é bom para exportações e turismo nacional. O dólar em alta estimula a compra de produtos nacionais, a exportação e o turismo dentro do país, que se torna mais barato para o brasileiro e ainda mais atrativo para o turista estrangeiro, que recebe em dólar.
Apesar de o governo federal descartar a possibilidade, é visível a tendência de alta na inflação decorrente da variação cambial. Ou seja, o momento é de cautela. Calma, prudência, muita pesquisa e planejamento cuidadoso.
Até porque um novo presidente foi eleito nos Estados Unidos, Donald Trump. Mantidas suas propostas protecionistas, isso pode gerar alguns impactos no Brasil, positivos ou negativos. Abordaremos isso em breve.
Prof. Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em Administração, professor universitário do curso de Gestão Empresarial da Fatec Sertãozinho e da Unip/RP, membro da Academia Sertanezina de Letras (ASEL).
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