Após ser enterrada viva com ferimentos graves, cadela Vitória morre, em Sertãozinho
Maristella Coutinho
Com mais de 30 milhões de animais abandonados no Brasil, sendo 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há, pelo menos, um cachorro ou gato e, deste número, cerca de 10% estão nas ruas.
De acordo com esses dados, fica fácil deduzir que, com o passar dos anos, as estatísticas tendem a crescer cada vez mais; e é por esse motivo que, atualmente, o número de protetores interessados em abraçar esta causa, vem crescendo.
Em Sertãozinho, por exemplo, já existe uma grande quantidade de pessoas que vivem em prol dos animais. Como é o caso da Maria José Pereira, de 55 anos. A protetora, que atualmente cuida diretamente de 25 cães e, indiretamente (ajudando outras pessoas) de mais 47 animais – dentre eles, cães e gatos – faz um apelo especial á tragédia mais recente de sua vida chamada “Vitória”.
A cadela, encontrada ironicamente na sexta-feira da Paixão, em um terreno baldio, por um vendedor de garapa que trabalha nas redondezas da Praça José Tincate, foi enterrada viva pelo seu antigo dono, e apresentava diversos sinais de violência, que mais tarde tornaram-se grandes feridas com consequências irreversíveis.
“Vitória ficou comigo por mais ou menos uns 20 dias. Fiz tudo o que podia ser feito: dei banho em petshop, alimentei com ração, cuidei com muito amor e carinho dela. Mais tarde ela passou por algumas cirurgias e, no dia a dia, mantive os devidos cuidados. Mas, infelizmente, ela veio a óbito”, desabafou Maria José, sem conter a emoção.
Para ela, o que falta na população é educação. “Precisamos lutar para que sejam passados às nossas crianças os ensinamentos corretos referentes ao abandono de animais. Isso não pode continuar acontecendo e esses criminosos não podem continuar saindo impunes após cometer crueldades como essa”.
Ao ser questionada sobre o sentimento que fica, em relação ao acontecido, Maria é direta: “eu sinto uma angústia enorme em saber que nada vai acontecer com o ser humano que fez isso a ela. Os olhos da Justiça perante os animais é muito falha, e isso tem que melhorar.”
Para Finalizar, Maria José faz um apelo: “gostaria muito que as autoridades dessem um pouco mais de atenção aos nossos bichos. Eles não merecem esse sofrimento e, o mais importante, punir os responsáveis por atos de crueldade tão graves como esse. Eles não podem ficar impunes. Mas, além da atenção das autoridades, não devemos esquecer que é um dever de cada um de nós cuidarmos dos animais que temos em casa; não deixe de castrar seu cão ou gato; não deixe de microchipá-los e o mais importante: não os deixem nas ruas”.
Abrace esta causa
Os interessados em apadrinhar um cão ou gato que estiver sob a responsabilidade de Maria Vira-Lata podem entrar em contato através dos seguintes telefones: (16) 99380-3027 (Maria José) / (16) 99214-7679 (Tina) / (16) 3491-3606 (Residencial).
“Gostaria de lembrar que qualquer forma de colaboração é bem-vinda, desde um banho até um punhado de ração”, finaliza.