Aprovada para tratamento de diabetes tipo 2 pela ANVISA

Aprovada para tratamento de diabetes tipo 2 pela ANVISA
02/10/2023

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a tirzepatida no Brasil para tratar o diabetes tipo 2.  

Na dose de 15 mg, que é a máxima, o medicamento da farmacêutica Eli Lilly, injetável semanalmente na camada subcutânea, consegue reduções acima de 2% na hemoglobina glicada, um feito e tanto!  

Com isso, sete em cada dez pessoas com diabetes tipo 2 que participaram da série de estudos de fase 3, denominada de SURPASS, ficaram com a hemoglobina glicada abaixo de 6,5%. Na realidade, metade desses indivíduos terminou com a hemoglobina glicada abaixo de 5,7%. Este seria o valor de referência da glicemia normal, ou seja, de pessoas sem diabetes. E com uma vantagem nada desprezível: a trizepatida não aumentou o risco da temida hipoglicemia.  

Os efeitos colaterais mais comuns são a náusea — 2 em cada 10 usuários se queixam de enjoos —e diarreias, que afetam 1 em cada 10 pessoas. Mas eles se mostraram bem tolerados e transitórios, na maioria das vezes.  

Também na dose máxima, a redução de peso alcançou 13%, em média. Em algumas pessoas, ela foi superior a 15%, o que representa o dobro do resultado de 1 mg semanal de semaglutida 

A tirzepatida é um duplo agonista — tanto do GLP-1 quanto do GIP. Apesar de existirem estudos sobre seus efeitos no tratamento da OBESIDADE — apontando, no caso, para uma diminuição de 23% no peso corporal em pessoas sem diabetes —, ela ainda não foi aprovada com esse fim em nenhum lugar do mundo. “Provavelmente, será uma questão de tempo”, segundo o presidente da Abeso (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) 

Por falar em tempo, agora é uma questão de aguardar a sua chegada às farmácias brasileiras. Não será, é certo, um remédio acessível. Nem por isso devemos deixar de comemorar um avanço capaz de evitar a morte de milhares de pessoas com diabetes ao redor do mundo.