ARTIGO - Fenasucro e Agrocana 2016: os números bons e as notícias boas

06/06/2016

Por Carlos Roberto Liboni

 

Um otimismo no ar. Foi isso que pudemos sentir e ver, recentemente, durante o lançamento da Fenasucro e Agrocana, realizado no Parque Anhembi, em São Paulo, com a presença de diversas lideranças na solenidade. Importante registrar, antes de comentar sobre o evento, que a presença da imprensa, principalmente dos veículos especializados no tema, foi notável. Muito interesse pelas informações que, no fundo, buscam entender a perspectiva que se enxerga no setor para o futuro próximo.

 

Vamos aos fatos. Com mais de 95% do espaço já contratado, um número de visitantes registrados já superior ao mesmo período do ano passado - 4% deles com poder de compra acima de 1 milhão de dólares -, a feira promete ser um “avant première” do mercado que se desenha para 2017.

 

E, esse desenho de 2017 está longe de ser pessimista. Desde o ano passado, quando medidas implementadas pelo Governo deram novos contornos aos negócios, as usinas produtoras experimentam um alívio nos seus balanços. O aumento da mistura de anidro na gasolina, o destravamento do preço da gasolina, com a volta da CIDE, e o preço internacional do açúcar foram os protagonistas da inflexão. As usinas começaram a inverter a curva descendente de seus resultados.

 

Soma-se a isso a transição política que vivemos, e a aposta na recuperação do nível de confiança na economia indica uma necessidade de um novo ciclo econômico.

 

Claro que o primeiro ato desta narrativa é o ajuste de endividamento das usinas e a recomposição do capital de giro, mas logo virá o ajuste produtivo, que passa, inicialmente, pela retomada do nível de ociosidade da indústria, para o cuidado de ativos, com reformas e investimentos, tanto agrícolas como industriais.

 

Todo esse enredo tem um tempo próprio, e não há como queimar etapas. Porém, isto já está ocorrendo e o processo poderá ser mais rápido do que imaginamos.

 

2017 poderá iniciar com outra cara. Não há milagres, mas trabalho, paciência e persistência serão as ferramentas para o setor atravessar esta ponte. Logo, teremos a irrigação da cadeia produtiva e as encomendas começarão a surgir nas indústrias de base. E isso é tudo o que precisamos para animar nossa economia doméstica, que deverá iniciar um ciclo de retomada antes mesmo do que a média da indústria brasileira.

 

A Fenasucro deste ano já vai dar um pouco deste cheiro e, como todos vêm acompanhando, ao longo desses últimos anos, a Administração Municipal preparou Sertãozinho para essa retomada do crescimento. Se Deus quiser, teremos boas notícias em breve.

 

Carlos Roberto Liboni é secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico