ASMA - No Brasil, 350 mil pessoas são internadas por ano com crise da doença

30/06/2015

Fernando Laurenti

Neste domingo, 21, comemora-se o ”Dia Nacional de Combate à Asma”. É uma data importante para que os portadores dessa doença crônica conheçam sobre os sintomas e tratamentos. Não à toa, também é neste dia que se inicia a estação mais seca do ano, o inverno.

Por se tratar de uma doença crônica, a asma exige monitoramento médico e medicação constante para controlar seus sintomas. Por isso, o Dr. Amauri Otaviano abre discussão e facilita o entendimento das orientações de uso de medicamentos e o gerenciamento da saúde ao conectar pacientes e médicos. Aproveita a ocasião para reforçar a importância da adesão ao tratamento contínuo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), existem hoje aproximadamente 20 milhões de asmáticos em todo o Brasil, entre crianças e adultos. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença responde por 350 mil internações anuais no país e é também a terceira e quarta causas de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme o grupo etário considerado. De janeiro a novembro de 2014 foram registrados no SUS 105,5 mil internações pela doença, o que resultou em um custo de  R$ 57,2 milhões para a rede pública de saúde, conforme dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH).

Nesse contexto, a adesão ao tratamento é uma das chaves para reduzir as internações e garantir uma qualidade de vida melhor para o paciente, principalmente as crianças e os idosos.

A adesão ao tratamento é considerada um dos grandes desafios do século XXI pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo estudos, a baixa adesão aos tratamentos que incluem prescrição de medicamentos de uso contínuo gera custos alarmantes e crescentes, que representam 75% dos gastos evitáveis com saúde no mundo, estimados em US$ 47 trilhões até 2030.

Segundo Dr. Amauri Otaviano, a falta de informação por parte dos pacientes asmáticos prejudica o engajamento no tratamento contínuo da doença. “A baixa adesão à medicação continuada tem um grande impacto socioeconômico, em virtude dos custos diretos com tratamento ambulatorial e internações, e custos indiretos, decorrentes dos níveis elevados de abstenção nas escolas e nas empresas”, afirma.

O Dr. Amauri Otaviano aposta na educação em saúde como estratégia para engajar o paciente. O contato entre médico e o paciente. “É fundamental educar o asmático para que ele possa se envolver no próprio tratamento, otimizando os resultados das medidas de combate à doença e melhorando sua qualidade de vida”, diz.

Dr Amauri Otaviano explica que, por ser uma doença que não se manifesta com constância, o tratamento da asma costuma ser interrompido pelo paciente, criando mais dificuldades para a adesão medicamentosa. “Grande parte dos pacientes asmáticos só se preocupa de fato com a doença após o agravamento dos sintomas. Porém, a crise acontece apenas no auge do problema. O paciente continua doente o tempo todo, o que torna o tratamento continuado de extrema importância para o controle das crises”, conclui.