BETO BELLINI - Ano novo, pagando impostos!

BETO BELLINI - Ano novo, pagando impostos!
06/01/2025

Vamos começar pelo IPVA, cujo pagamento está mais perto de acontecer. Há consultores financeiros que acreditam que o desconto é baixo e que, portanto, o ideal é parcelar. O desconto é pequeno. Em São Paulo, o pagamento à vista em janeiro oferece desconto de 3%. E muita gente ainda está pagando os restos das festas do ano passado. Por outro lado, se a pessoa tiver dinheiro sobrando e quiser se livrar logo do imposto, deve pagar o IPVA de uma só vez. Neste caso, não se trata de uma vantagem financeira, mas de um conforto emocional.

As alíquotas do imposto para veículos particulares novos e usados permanecem as mesmas: 4% para carros de passeio; 2% para motocicletas e similares, caminhonetes cabine simples, micro-ônibus, ônibus e maquinário pesado; além de 1,5% para caminhões e 1% para os veículos de locadoras, registrados em São Paulo. 

Os proprietários poderão escolher entre as seguintes formas de pagamento com vencimentos de acordo com o final de placa do veículo: 

À vista com cota única em janeiro, com desconto de 3%; Cota única em   fevereiro, sem desconto; ou Parcelamento, em até 5 vezes, de janeiro a maio, sem desconto, de acordo com cota mínima:

Esse é, provavelmente, o imposto estadual mais conhecido, já que atinge todas as pessoas que possuem um carro ou moto.

Porém, como o nome do IPVA indica, o imposto não incide apenas sobre carros ou motos, mas sim sobre toda pessoa que possua um veículo automotor, seja automóvel, motocicleta, aeronave ou embarcações.

O recolhimento do IPVA é anual e 50% do valor arrecadado é destinado ao município onde o veículo foi licenciado.

No caso do IPTU, cujo desconto é maior, o ideal mesmo é optar pelo pagamento à vista. O raciocínio é o mesmo: esse desconto, em geral, é maior do que a rentabilidade mensal de muita aplicação conservadora ou moderada.

Agora, se o contribuinte encontrar no mercado financeiro uma aplicação que pague mais que o desconto do IPTU, deve parcelar o imposto e colocar o dinheiro nessa aplicação.

Mas atenção: quem decidir pagar o IPTU à vista para aproveitar o desconto tem de ficar atento ao orçamento doméstico. O IPTU não pode comer metade do orçamento da família. Deve ficar perto de 20% ou, no máximo, 30% da receita do mês.

Quem quiser ir se programando para os impostos do começo do ano que vem já pode traçar uma estratégia. O melhor é ir separando todo mês o valor referente aos impostos e colocar em uma conta de poupança, por exemplo, separada, para que não se caia na tentação de gastar o dinheiro.

Basta pegar o valor atual de ambos os impostos e dividir por 12 e ir colocando na caderneta de poupança (que não cobra taxas nem Imposto de Renda). A rentabilidade da poupança deve gerar caixa para pagar os impostos no ano que vem sem susto.

 

Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em Administração, professor da Fatec/STZ e da Unip/RP. Membro da ASEL – Academia Sertanezina de Letras.