CARTÃO VERMELHO - Vereador e mais 16 são indiciados por tráfico de drogas e PF pede bloqueio de R$ 2 milhões em Sertãozinho

02/07/2018

Polícia Federal indiciou o vereador Samuel da Silva, o Samuel Sandrin (PR), e mais 16 pessoas na Operação Cartão Vermelho, que apura um esquema de tráfico de drogas em Sertãozinho. Sete deles são mantidos presos, confirmou a Polícia Federal ao G1.

De acordo com nota enviada à reportagem, o inquérito foi concluído no início do mês e remetido à Justiça Estadual de Sertãozinho. Na documentação, também foi solicitado o bloqueio de seis imóveis no valor de R$ 2 milhões em nome dos investigados.

O grupo investigado responde por tráfico de drogas, associação para o tráfico, financiamento do tráfico, organização criminosa, corrupção de menores, lavagem de dinheiro, agiotagem e falsidade ideológica.

Sandrin está afastado do Legislativo sem receber salário, confirmou a presidente da Câmara, Márcia Moreira de Sousa Perassi. Segundo ela, não foi convocado nenhum suplente para o lugar do parlamentar, porque sua situação ainda não preenche os requisitos para tal medida.

Além de não ter pedido para se licenciar, o vereador ainda pode faltar até o equivalente a um terço das sessões ordinárias do ano.

"Reitera-se que, pelo Regimento Interno, as faltas dos vereadores não ensejam necessariamente a convocação do suplente, provocando, no entanto, a perda da remuneração respectiva (o que vem ocorrendo) e a perda do cargo, desde que tais faltas ultrapassem a terça parte das sessões ordinárias", comunicou a Câmara.

Segundo a assessoria do vereador, Sandrin segue preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Araraquara. A reportagem não conseguiu falar com o advogado que defende o parlamentar.

Operação Cartão Vermelho

Deflagrada em 27 de abril, a Operação Cartão Vermelho cumpriu cinco mandados de prisão e 15 de busca e apreensão na cidade e em Ribeirão Preto. Drogas, armas e dinheiro foram apreendidos. Ao todo, 86 agentes da PF e do 43º Batalhão da Polícia Militar foram às ruas dos dois municípios.

Além de 52 quilos de cocaína apreendidos; durante as diligências foi identificado um contrato de trabalho fictício que teria sido usado para lavagem de dinheiro, com pagamentos de R$ 168,3 mil, segundo a Polícia Federal.

Segundo o delegado Flávio Vieitez Reis, as investigações tiveram início em outubro de 2017, após uma apreensão de cocaína. A PF descobriu que os integrantes do grupo tinham funções bem definidas, desde o refino, até a venda da droga e a contabilidade do tráfico.

Reis explicou que dois suspeitos eram os responsáveis por buscar as drogas e os produtos químicos usados no refino em Ribeirão Preto (SP). Segundo ele, Sandrin era o financiador da quadrilha considerada pela Polícia Federal como a mais importante e articulada do tráfico de drogas no município.

Ainda segundo o delegado, apesar de os casos estarem relacionados, a Operação Cartão Vermelho não teve início na Operação Placito, deflagrada pela PF em março e que terminou com a prisão de duas pessoas em Sertãozinho por suspeita de tráfico de drogas.

Nessa ação, os agentes apreenderam 39 tabletes de pasta base de cocaína, cinco de crack, um pacote de estimulante, sete de cafeína, um pacote de morfina em pó, 100 ampolas de sulfato de morfina e 600 comprimidos da mesma substância – narcótico de alto poder analgésico. (Informações do Portal G1)