Como o álcool afeta o emagrecimento e a performance esportiva?
Primeiro, vamos entender o processo do álcool no organismo humano.
Diferente da glicose, o álcool não é armazenado pelo nosso corpo.
Ele passa por um processo de “desmembramento” e transformação, conhecido como sintetização, para ser absorvido.
No entanto, durante esse processo, nosso corpo requer certos nutrientes para realizar essa sintetização, incluindo o carboidrato.
Imagine alguém pensando: “Vou sair para beber esta noite e compensar os danos não comendo”.
Sabia que isso pode resultar no temido coma alcoólico?
Isso ocorre simplesmente porque o corpo não possui o que é necessário para realizar essa sintetização.
O fígado tem a capacidade de metabolizar o álcool a uma taxa de 100 a 200 mg por kg de peso corporal, por hora. Isso significa, para alguém com 70 kg, uma long neck, por exemplo.
E importante destacar que não há maneira de acelerar esse processo de metabolização do álcool.
Além disso, não importa quanto você beba, mas a concentração de álcool que é alcançada.
Portanto, há uma diferença entre consumir 2 caipirinhas em duas horas e consumi-las ao longo de 4 horas.
Álcool e desempenho esportivo
Sabia que pesquisas indicam que pessoas que fazem atividades físicas são as que mais costumam beber?
Talvez esses números estejam ligados à busca de sensações ou reparação dos danos.
Mas o fato é: quando se trata de atividade de força e o consumo moderado de álcool, a intoxicação alcoólica não representa grandes diferenças.
Porém, existem outros impactos:
O álcool afeta negativamente esportes de endurance/resistência - comprometendo atletas que buscam alta performance;
Tem pouco ou nenhum efeito na força, a menos que haja danos musculares.
Reduz a capacidade de recuperação muscular.
Reduz a síntese proteica, comprometendo a via mTor, reduzindo a hipertrofia.
Ou seja: dependendo do resultado que você almeja, o álcool pode te atrapalhar.
O álcool e o emagrecimento
O álcool é altamente calórico.
Cada grama contém 7 kcal, quase o dobro do que encontramos em proteínas e carboidratos.
Mas os efeitos vão além disso.
Devido a sua síntese, o álcool pode alterar o processo de queima de gorduras, priorizando a utilização do acetato como fonte de energia ao invés dos ácidos graxos, por exemplo.
Ou seja, ele dificulta o emagrecimento.
Além disso, os hormônios também entram em cena!
Como é o caso da leptina – que regula o apetite – e o neuropeptídeo Y, responsável pela saciedade.
Tais alterações podem provocar crises de ansiedade e depressão, que, eventualmente, podem desencadear episódios de compulsões alimentares.
O álcool também altera o nosso sistema de recompensa no cérebro, ativando regiões que controlam nossas vontades e tomada de decisão.
Esse efeito pode prejudicar a nossa capacidade de inibição, levando-nos a fazer escolhas alimentares menos saudáveis e comprometendo a jornada rumo ao emagrecimento.