Crônicas do meu amigo Américo Perin - IR e VIR (direito)

26/06/2023

Nota-se que, em governos passados, a situação no centro de São Paulo foi ficando crítica. Pessoas com todo tipo de problema foram se juntando e aos poucos o centro histórico da maior cidade do país virou um caos.

É claro que nenhuma autoridade e/ou funcionário público percebeu o que estava acontecendo, pois certamente eles estavam tratando do bem público, circulando pelas repartições carregando pilhas de papel.

Mas chegou um momento em que a situação ficou insuportável. E aquilo que parecia já ter alcançado uma situação calamitosa e irreversível começou a mudar.

Nessa altura, todo mundo parece não falar de outra coisa que não seja o “Direito de Ir e Vir” de cada cidadão. Admirável isso, num país onde a Constituição é desrespeitada a cada momento.

O fato é que o centro da Capital do Estado juntou tanta gente desassistida que surgiu uma nova cidade dentro da cidade e até nome ganhou: CRACOLÂNDIA!

Cracolândia (por derivação de crack, crack+lândia = terra do crack) é a denominação comum para uma população em situação de rua, estimada em 1.680 indivíduos, composta, na sua maioria, por dependentes químicos e traficantes, geralmente de crack, que costuma ocupar uma determinada área no centro da cidade de São Paulo, nas imediações das Avenidas Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero, Rua Mauá, Estação Júlio Prestes, Alameda Dino Bueno e da Praça Princesa Isabel, onde historicamente se desenvolveu intenso tráfico de drogas e prostituição. Fica mais propriamente situada na "Praça do Cachimbo" (esquina da Rua Helvetia com Alameda Cleveland), no bairro de Campos Elíseos, e coincide parcialmente com a região da Boca do Lixo e da Luz. (Fonte: Wikipédia)

 Administrações se sucedem e o problema persiste. Planos sociais foram lançados, muito dinheiro gasto, e o problema persiste... mas, agora, se vê nos noticiários que a Cracolândia começa a se esvaziar. Sim, mas também se percebe que uma onda migratória de “cracolandianos” se move em direção a algumas cidades do interior, principalmente. E paredes outrora limpas estão sendo pichadas, ruas que eram limpas amanhecem sujas com resíduos dos mais diversos tipos... Andar nas ruas se tornou inconfortável, para não dizer perigoso. Praças públicas onde famílias se confraternizavam calmamente estão sendo frequentadas pelos “cracolandianos”, que impõem constrangimento e espalham a falta de higiene. Muitos moradores desligam as campainhas de suas casas ou se mudam para condomínios onde hipoteticamente estariam seguros.

Não me julguem contraditório, por favor. Mas o DIREITO DE IR E VIR há que ser respeitado.

Porém, o direito de se andar despreocupadamente pelas nossas ruas, o direito de tê-las limpas, o direito de ter sossego e segurança na porta de casa TAMBÉM TEM QUE SER RESPEITADO.

Aqui, eu deixo meus agradecimentos aos policiais de Sertãozinho, que já atenderam meus chamados mais de uma vez. E me sensibilizo pela situação deles em cada missão que envolva um “cracolandiano”. Sentem o problema da população, atuam da melhor forma que lhes é possível, mas, convenhamos, resolver o problema não é da alçada deles.

A minha parte eu fiz. Eu VOTEI e sempre paguei meus impostos em dia... Mas estou entendendo que MEUS direitos vão só até onde começam os dos “cracolandianos”...