Debate sobre a saúde da mulher tem se ampliado em todo o País

22/07/2024

Assembleia Legislativa de Minas Gerais discutiu a importância do Dia de Conscientização sobre Climatério e Menopausa nesta terça-feira, 16/7 

A menopausa é um período associado a múltiplas transformações físicas e mentais no organismo feminino. É neste momento que a menstruação é interrompida e os ovários passam por uma queda abrupta na produção dos hormônios – este fenômeno recebe o nome de falência ovariana. Essa mudança repentina pode ocasionar danos à saúde e a qualidade de vida da mulher e desencadear problemas sérios, tal como a depressão. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2030 teremos 1 bilhão de pessoas com sintomas da menopausa.  Atualmente, no Brasil, são cerca de 18 milhões de mulheres nessa condição. A menopausa é uma fase que requer acompanhamento médico individualizado, a fim de se evitar possíveis doenças e transtornos emocionais. 

O tema foi discutido no Assembleia Legislativa de Minas Gerais na terça-feira, dia 16/7, às 14h, no Plenarinho II. No local, foi debatida a importância do Dia de Conscientização sobre Climatério e a Menopausa. De autoria da deputada Ana Paula Siqueira (REDE/Sustentabilidade), o projeto (PL 3.795/22) visa incentivar a assistência e o amparo à saúde física e mental das mulheres. 

Entenda a relação 

Após a última menstruação, há uma queda muito expressiva na produção de hormônios produzidos pelos ovários, sobretudo o estrogênio, a testosterona e a progesterona. Essa condição pode contribuir para o surgimento de sintomas como irritabilidade, falta de sono, instabilidade de humor, falta de disposição, baixa libido, ressecamento da vagina, pele, cabelo e unhas, diminuição da secreção vaginal - levanto muitas vezes a dispareunia (dor genital que ocorre durante a relação sexual), piora da memória e até casos mais graves, tais como osteoporose e quadros depressivos. 

Todos esses sintomas podem estar relacionados à queda abrupta dos hormônios com a chegada da menopausa. Os hormônios não fazem mal à saúde, aliás, são substâncias produzidas pelo nosso corpo, essenciais à vida ou qualidade de vida. “O que faz mal é a carência ou o excesso, ou seja, o desequilíbrio hormonal causado pela falência do ovário”, explica o Dr. Walter Pace, Professor Doutor em Ginecologia e Titular da Academia Mineira de Medicina. 

Os hormônios possuem funções específicas e são fundamentais para garantir a dinâmica das atividades biológicas do corpo, pois regulam o crescimento, influenciam a vida sexual e promovem o equilíbrio interno, além de outros benefícios. O declínio da produção de hormônios como o estrogênio e a testosterona, por exemplo, podem acarretar episódios de depressão, falta de estímulo para conduzir situações do dia a dia e apatia. 

Como identificar o problema? 

É preciso identificar sinais e sintomas relacionados à menopausa e buscar acompanhamento médico específico para cada caso. 

É comum mulheres procurarem tratamentos alternativos com base em antidepressivos e ansiolíticos para minimizar os impactos da depressão no período da menopausa. 

O Dr. Walter Pace alerta sobre os riscos desses medicamentos para a saúde da mulher. “Infelizmente, em vez de tratar a causa (queda dos hormônios), são utilizados medicamentos antidepressivos que causam dependência e uma série de efeitos colaterais, sendo que, muitas vezes, só com o tratamento hormonal as pacientes já melhoram. É de suma importância que se faça um diagnóstico diferencial com o seu médico de confiança para compreender o que de fato é uma doença psiquiátrica ou uma questão relacionada à carência hormonal”, comenta o médico.   

Tratamento com implantes hormonais 

Buscar um tratamento individualizado pode fazer a diferença aos primeiros sinais de sintomas da menopausa. Além disso, um estilo de vida saudável, com a prática de atividade física, alimentação equilibrada e manter bons relacionamentos na vida pessoal, pode colaborar para minimizar eventuais problemas. 

O tratamento com o implante hormonal é extremamente eficaz e seguro na realização da reposição de hormônios bioidênticos (isoidênticos) – similares às substâncias produzidas pelo corpo (estrogênio, testosterona e progesterona) e deve ser indicado para as mulheres durante a menopausa. Diferente dos métodos convencionais, os implantes permitem a condução de um tratamento individualizado. 

O procedimento é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis. Esses tubos medem de 4 a 5 cm e comportam cerca de 40 a 50 mg de substâncias hormonais, a exemplo do estradiol, da testosterona e da gestrinona. 

Quando bem indicados, de forma individualizada, o estradiol, a testosterona e a gestrinona ajudam bastante a melhorar a autoestima e o bem-estar, promovem disposição física e mental, alívio da ansiedade, diminuição da instabilidade de humor, melhora da secreção vaginal, aumento da libido, redução de gordura corporal e aumento de massa muscular. Além disso, auxiliam em questões ligadas aos sintomas da depressão, afirma o Dr. Pace. 

Normalmente, a dose de hormônios é proporcional ao histórico de cada paciente e deve seguir rigorosamente as prescrições médicas. 

Sobre Dr. Walter A. P. Pace – Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestrado em Reprodução Humana – Assistant Ètranger pela Universidade Paris V René Descarte e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor-Doutor e Coordenador Geral da Pós-Graduação de Ginecologia Minimamente Invasiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Titular da Academia Mineira de Medicina – Vice-Presidente do PHD Pace Hospital. Médico do Centro de Endometriose do Hospital Santa Joana/SP. 

Serviço: 

Instagram:https://www.instagram.com/dr.walterpace/?hl=pt-br 

Sheila Santos - redacao@patwork.com.br