Deitado eternamente...

31/07/2023

Américo Perin 

 

A fase de urgência na necessidade de a sociedade brasileira parar de fingir que não é problema dela todo esse descalabro político dos dias atuais está sendo abafada pela fase do medo. 

A incompetência dos governos para gerir os problemas da nação não é privilégio de agora. E também não é de hoje que temos um povo submisso, sempre à espera das benesses do paternalismo do Estado. 

De uma forma ou de outra, tem-se visto crescer a violência no país. Fazendeiros armando-se e criando milícias particulares, presidiários assassinando os próprios companheiros de forma brutal, índios se desentendendo entre si e tomando a defesa de seus direitos à bala, movimentos como o MST sendo incorporados por indivíduos alheios à causa, o crime organizado desafiando à bala a autoridade do Estado, autoridades corruptas sendo beneficiadas pelas brechas existentes nas nossas leis... E o povo sem escolaridade adequada, com fome, sem trabalho e sem rumo...  

Passamos anos e anos preocupados com a dívida brasileira. “Não poderemos pagá-la nunca”, diziam muitos. Outros diziam que “por causa dela, o país não progride”. Não lembro exatamente quando, mas em dado momento parou-se de falar dela e começamos a posar de país rico que, de devedor, passou a credor de outros países. E diziam os políticos da vez: “Viram? NÓS resolvemos tudo e ainda emprestamos nosso dinheiro para ajudar outros países”. Só que o dinheiro que foi, sabe-se que não voltará. Dizem por aí que parte já voltava na mesma época em que era emprestado, mas não vou por aí, pois até as autoridades que começaram a prender alguns ditos corruptos agora estão vendo condenados em várias instâncias, sendo soltos, e tem promotor de justiça perdendo mandato político que ganhou com uma quantidade enorme de votos do povo. E tem “ex-autoridades” presas e até crianças, mulheres e idosos também! 

Parece que, como disse alguém, “até Deus abdicou da sua cidadania brasileira”. Encerro hoje lembrando uma frase ouvida por aí: “Povo que precisa ser ajudado não merece ajuda”.