Deitado eternamente...

02/10/2023

Américo Perin  

Passou da fase de urgência a necessidade da sociedade brasileira parar de fingir que não é problema dela todo esse descalabro dos dias atuais.  

O que se poderia esperar de uma população em que, segundo pesquisa recente, uma em cada três pessoas pode ser classificada como miserável?  

A incompetência dos governos para gerir os problemas da nação não é privilégio dos tempos atuais. E também não é de hoje que temos um povo submisso, sempre à espera das benesses do paternalismo do Estado.  

Enquanto alguns governantes acreditam que melhorar o ensino é instalar “ar condicionado” nas salas de aulas, tem-se visto crescerem a miséria e a violência no país. Fazendeiros armando-se e criando milícias particulares, presidiários assassinando os próprios companheiros de forma brutal, índios se desentendendo entre si e tomando a defesa de seus direitos à bala, movimentos como o MST sendo incorporados por indivíduos alheios à causa, o crime organizado desafiando a tiros a autoridade do Estado, autoridades corruptas sendo beneficiadas pelas brechas existentes nas nossas leis... E o povo com fome, sem trabalho e sem rumo...  

Agora, bem recentemente, muito provavelmente pelo desserviço de falta de inteligência, não é que foram descobertos PERIGOSÍSSIMOS TERRORISTAS que se preparavam em um acampamento em frente a um quartel, lá em Brasília, para não deixar o governo (“aquele que ganhou nas urnas”) tomar o poder?!  

Imaginem, coisas que só neste país acontecem... terroristas perigosos, com uma grande maioria de idosos, pessoas doentes e até crianças!!!!!!! Todos foram enganados por um oficial, fardado e tudo mais, e foram levados para um campo de concentração.  

Vou parar aqui, pois, a qualquer momento, alguém fardado pode estar de megafone em punho chamando meu nome por aí, oferecendo algumas vantagens que não irei gostar de tê-las...  

Parece que, como disse Clóvis Rossi num de seus artigos, “até Deus abdicou da sua cidadania brasileira” 

Encerro hoje lembrando uma frase ouvida pelas ruas: “Povo que precisa de ajuda não merece ser ajudado”.