DESABAFO - Mãe de jovem assassinado diz que filho foi vítima da cocaína
Fernando Laurenti
Alípio José da Silva Fonseca foi morto pela polícia ao não parar a uma ordem de parada. O jovem empreendeu fuga pela Rodovia Armando de Salles Oliveira e só parou quando foi atingido por tiros. Segundo a PM houve troca de tiros e Alípio atirou várias vezes contra os policiais que estavam na perseguição - teria sido um confronto, segundo o major Mauro Rocha. A mãe do jovem não concorda com esta versão e chora ao falar da dor de ter perdido seu filho caçula. “Ele teria pedido para a namorada estourar pipoca e saiu para locar um filme. Saiu e acabou tendo uma recaída: invernou na droga”, disse a mãe.
Maria Dirce da Fonseca, inconformada com as acusações feitas ao seu filho morto pela PM, no último dia 15, procurou a imprensa para desabafar no programa de jornalismo da Rádio Comunitária. Maria Dirce falou que seu filho não era bandido e, sim, mais uma vítima das drogas. “ Meu filho era um menino bom e nunca se meteu com roubo ou outras coisas. Ele usava maconha e cocaína, já tinha ficado internado e lutava para sair do vício, mas tinha algumas recaídas. E nessa noite foi uma mais uma recaída, saiu e não voltou vivo”.
A mãe de Alípio José da Silva Fonseca, jovem que estaria completando 21 anos no dia 22 de dezembro, estando indignada e carregando em suas mãos um atestado de antecedentes criminais, disse que vai processar o Estado e quem condenou o seu filho sem ele merecer. O atestado mostra que Alípio não tem nenhuma condenação Judicial. “Me sinto no direito de dizer que estou conformada com a morte de meu filho porque sei que todos nós uma hora ou outra vamos morrer, mas tenho que deixar claro que meu filho não tinha passagens pela polícia como falaram por aí”.
Maria Dirce após sair da rádio foi até a cidade de Barrinha, mais especificamente ao cemitério daquela cidade para levar flores no túmulo de seu filho. Com muita dor no coração, Maria Dirce disse que Alípio pedia ajuda para sair das drogas e que ele só empreendeu fuga quando a polícia pediu que parasse. Como estava tirando carta e sabia que ia se complicar, não parou. E tinha outro detalhe: ele estava com o carro da namorada,que também estava irregular.
A mãe de Alípio Fonseca acusa a polícia de execução e não troca de tiros. “Meu filho não tinha armas. Essas armas de uso restrito colocaram na mão dele e puxaram o gatilho, não houve troca de tiros, eu duvido”.
Perguntei a Dona Maria sobre as três bermudas que ele usava quando aconteceu a morte. Ela disse que é porque ele havia emagrecido muito e por isso usava roupas debaixo uma da outra. “O meu filho emagreceu muito e usava várias bermudas, uma em cima da outra para dar certo”.
Os laudos da Polícia Científica saem nos próximos dias. E pelos detalhes colhidos no local do crime vai ser possível saber se Alípio usou mesmo a arma e se ele estava sobre os efeitos de cocaína, além de outras informações que serão fundamentais para a conclusão do inquérito policial aberto pela Polícia Civil.