Beto Bellini

14/10/2024

Como surgiu o Dia das Crianças? Por que comemoramos nesta data? A resposta é simples.

Na década de 1920, o deputado federal Galdino do Valle Filho teve a ideia de "criar" o Dia das Crianças. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi oficializado pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924.

Mas somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo, pois, desde então, o Dia das Crianças é comemorado com muitos presentes!

Logo depois, outras empresas decidiram criar a Semana da Criança, para aumentar as vendas. No ano seguinte, os fabricantes de brinquedos escolheram um único dia para a promoção e fizeram ressurgir o antigo decreto.  A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante para o setor de brinquedos.

E, no embalo de toda a pressão da mídia, os pais se esforçam para atender os desejos de seus filhos. Da mesma forma que meus pais me presenteavam, também ofereço à minha filha “adolescente”.

Os pais que ainda não compraram o presente de seu filho para o Dia das Crianças deste ano devem pesquisar bastante antes de decidir a compra, pois o preço de um mesmo produto na região pode mais que dobrar, chegando a diferenças absurdas de um lugar para outro. Por ser uma data nobre para o comércio, não há muita possibilidade de grandes promoções de preço. Atenção e paciência são as armas do consumidor.

A Fundação Procon-SP oferece muitas informações importantes na decisão de compra. Conforme tabela divulgada pela entidade, aponta um aumento de 6,58% nos preços dos brinquedos pesquisados, na comparação com o mesmo período do ano passado. Pior que isso é a variação de preços dos mesmos produtos, que ultrapassa 100% em algumas lojas.

Além de pesquisar os preços e as formas de pagamento em vários estabelecimentos, o Procon-SP orienta aos pais que considerem o custo-benefício do deslocamento, se o produto mais barato não estiver na sua região.

A entidade também lembra que, antes de comprar qualquer brinquedo, o consumidor deve verificar na embalagem os seguintes dados: faixa etária indicada, identificação do fabricante, instruções de uso e montagem, existência do selo do Inmetro (que indica que o produto foi fabricado e comercializado de acordo com as normas técnicas em vigor) junto com o selo de um órgão credenciado. Produtos importados devem apresentar as mesmas informações exigidas pelos nacionais, em Língua Portuguesa. No mais, o órgão não recomenda a compra de brinquedos comercializados por ambulantes, pois, muitas vezes, eles não possuem certificação e não acompanham termo de garantia ou nota fiscal.

Apesar de tudo isso, ainda considero muito, muito importante, o diálogo entre pais e filhos. Explicar à criança o motivo do presente e do esforço para adquiri-lo. E mostrar que, melhor que o presente, um abraço ou um passeio pela praça são muito mais importantes. Não se forma um cidadão comprando sua consciência. Dar um presente apenas para cumprir formalidade não resulta em um filho preparado para o mundo. Não se compra o amor de uma criança com um brinquedo.

 

Prof. Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em Administração, professor universitário da Fatec Sertãozinho e Unip RP, membro da ASEL - Academia Sertanezina de Letras.