Américo Perin

14/10/2024

Que me perdoem os psicólogos, pedagogos e outros teóricos de plantão, mas disciplina é fundamental.

Com todo esse “não me toques senão eu vou ficar um adulto revoltado”, estamos criando uma geração, com dignas e raríssimas exceções, de apáticos, quando não de preguiçosos!

Percebe-se nitidamente as diferenças entre as gerações. Eu sei, elas sempre existiram, mas atualmente a coisa está demais. Procure marcar um compromisso com a maioria dos nossos jovens. Depois faça o mesmo com alguém de uma geração mais velha. É só comparar os resultados e as reações de ambos...

Numa reportagem recente, vimos uma escola japonesa. Simplesmente, lá não existe a figura do servente!!!! Os aluninhos visitam uns aos outros em suas classes numa inteiração maravilhosamente respeitosa. Sala de aula suja? Não, nenhuma... Os alunos, além de não sujarem, ainda ficam encarregados da limpeza da própria escola! Faça isso aqui pra ver a fila de mães “recramando na rádia!”

Eu tive acesso a um estudo que mostrava um grande percentual de alunos bem colocados em provas de avaliação: PROUNI, ENEM etc. A grande maioria entre os melhores tinha cursado um colégio cívico-militar. Arrisca um palpite do porquê desse resultado?

Pelo Brasil - incluindo aqui a vizinha Barrinha -, já temos várias dessas escolas funcionando e o que se vê, no segundo ano após a implantação das mesmas, é um aumento muito grande de pais procurando uma vaga para seus filhos, inclusive alguns vindo de escolas particulares!

Ao contrário do que muita gente pensa, nenhum aluno é “castigado” de forma medieval e sempre é respeitada sua condição de “aprendiz”, de criança ou jovem conforme as orientações modernas dadas nos países mais desenvolvidos. Um critério de “punição” muito usado, por exemplo, é o aluno receber no começo do ano um crédito de pontos. A cada regra de boa conduta desrespeitada, ele terá um débito nessa conta. Como o sistema de respeito à honra, à honestidade e ao respeito aos professores e a eles próprios, os alunos, estará bem entendido e aceito, todos se esforçarão para evitar a perda de um ponto sequer...

Em São Paulo, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar 9/2024, que cria o Programa Escola Cívico-Militar proposto pelo governador Tarcísio de Freitas e aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

A proposta tem como objetivos a melhoria da qualidade do ensino com aferição pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o enfrentamento à violência e a promoção da cultura de paz no ambiente escolar e na conduta de vida do aluno de forma geral. O previsto seria desenvolver o programa sob responsabilidade das secretarias estaduais da Educação e da Segurança Pública.

Com a aprovação do projeto, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) daria início à implantação do programa ainda neste ano em unidades com índices de rendimento escolar inferiores à média estadual, atrelados a índices de vulnerabilidade social e fluxo escolar (aprovação, reprovação e abandono).

Mas não é que o ministro Alexandre de Moraes entrou no assunto e deu dez dias para o governador de São Paulo explicar a criação do modelo de escolas cívico-militares ao Supremo Tribunal Federal (STF)? Uma ação movida pelo PT questiona a constitucionalidade do modelo educacional e motivou a decisão de Moraes. O PSOL também protocolou ação no STF com questionamentos à proposta aprovada pela Alesp e sancionada por Tarcísio.

Eu, se fosse o governador, mandava esse pessoal voltar ao primeiro ano de uma escola-cívico militar...