Dois Pedros do Brasil...

05/09/2022

AMÉRICO PERIN

 

Segundo registros, em 12 de outubro de 1798 nascia, em Queluz, Portugal (Palácio Nacional e Jardins de Queluz), Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. O nosso Dom Pedro I.

Rapaz de sorte que, pelo menos aqui no Brasil, para onde veio ainda criança, com apenas 9 anos de idade, sempre esteve no lugar certo, na hora certa e contou com as pessoas certas.

Ainda segundo se sabe, mostrou-se um grande namorador. Pelo que li, esse sim soube aproveitar a vida. Viajava e namorava, namorava e viajava...

Enquanto isso, sua esposa, Amélia de Leuchtenberg, filha do imperador da Áustria, Francisco I, sob os conselhos – ou influência – do santista José Bonifácio de Andrada e Silva, lhe enviava as notícias da corte por carta, pois, naquele tempo, mesmo que os jovens até possam não acreditar, ainda não existia o “zap”.

Dessas notícias, ele, o Imperador, assumia os despachos imperiais. O fato é que, no dia 9 de janeiro de 1822, num desses despachos, ele disse aos brasileiros – o povo daqui – que ficava. No bairro do Ipiranga em São Paulo, hoje capital do Estado, há a “Rua do Fico”. Esse bairro é a porta de entrada para quem vem ou de saída para quem vai à cidade de Santos. Se foi lá ou não que ele escreveu a famosa frase, não sei. Já li em algum lugar que depois esse episódio foi ratificado no Palácio do Rio de Janeiro, mas em tempos de tantas fake news...

Algum tempo depois, aconteceu o grande dia. Montado em sua mula, acompanhado da guarda pessoal e de vários puxa-sacos, lá vinha ele voltando de Santos e, no bairro do Ipiranga, foi interceptado por um mensageiro que lhe trazia já praticamente detalhada a frase “Independência ou Morte!”

E assim seu nome é citado e lembrado com muita reverência até hoje pelos brasileiros.

Mas vamos lá. Ele não cumpriu a promessa de ficar. Morreu como Dom Pedro IV de Portugal. O bom filho à casa volta. Não sei se levou alguém de Santos, mas sua esposa, a rainha Maria Leopoldina da Áustria, foi com ele. E ambos morreram em Portugal.

Aí o destino... seu filho, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon, pessoa, que segunda consta, era íntegro e estudioso, ficou aqui e se tornou Dom Pedro II. Ele trazia o Brasil alinhado com as novas tecnologias nascidas em outras partes do mundo. No seu reinado, o Brasil viu a chegada, entre outras coisas, do telefone e das ferrovias, que eram luxuosas, modernas para a época e aceleraram de forma magnífica a expansão do progresso para o interior do país.

Quem sabe se tivessem deixado ele sossegado por aqui, não estaríamos hoje passando por um período de mais calma, crescimento ordenado, com um verdadeiro e forte entendimento do que é uma nação ...

E olha que ele não ficou tão famoso como o pai...