Drogas legais também viciam e causam estragos

29/04/2024

O que seriam as drogas legais? São aquelas comercializadas com autorização de órgãos nacionais, como as bebidas alcóolicas, os cigarros e alguns medicamentos, que também são considerados drogas.

No Brasil, as drogas legais estão aos montes. As bebidas e cigarros (exceto os eletrônicos, que ainda não possuem autorização para venda) podem ser encontrados nas prateleiras de vários estabelecimentos comerciais, com marcas diversas, para todos os gostos e bolsos. A única regra para aquisição de tais itens, ainda bem, é que somente pessoas maiores de 18 anos podem comprar. Entretanto, infelizmente, percebemos que muitas crianças e adolescentes consomem alguns dos produtos citados, por intermédio de adultos.

Já os medicamentos, que são drogas que só podem ser comercializadas em farmácias ou drogarias – e, dependendo do tipo, somente com receituário médico –, a fim de tratar doenças variadas, podem se tornar viciantes também. Por isso, nosso país, acertadamente, fez normativas que controlam a venda de alguns tipos de fármacos. Apesar disso, infelizmente, é grande o número de pessoas dependentes de remédios, que também podem causar estragos na vida de quem os utiliza de forma demasiada e sem recomendação médica.

Mesmo com a regulamentação de leis em nosso país, que determinam regras para as vendas das drogas legais, percebemos que o número de pessoas que se tornam dependentes de algum ou alguns desses itens tem aumentado nos últimos anos. É doloroso saber disso, pois são vidas que estão se perdendo muito precocemente sob os nossos olhos, já que os problemas de saúde oriundos do uso contínuo de tais substâncias são muitos.

Sou leiga em saúde pública para quantificar os problemas ocasionados pelo uso indiscriminado de medicamentos diversos, cigarros e bebidas alcóolicas, mas não preciso ser expert na área, para constatar que muitos de nossos semelhantes estão perdendo a saúde física, mental e emocional, devido à dependência das drogas legais.

É triste olhar para os lados e ver seres humanos entorpecidos pelo uso de substâncias que são legalizadas, deixando familiares de lado, perdendo empregos, parando de estudar ou, em casos mais extremos, até vivendo nas ruas devido ao rompimento dos laços afetivos, ocasionados pelo cansaço que surge por parte dos familiares em lidar com o dependente, que, por vezes, perde também a própria identidade.

Mas o que fazer para evitar e/ou diminuir o número de pessoas dependentes de tais substâncias legalizadas e que são a porta de entrada para outras drogas (não liberadas) tão perigosas quanto as citadas? Acredito que trabalhos de conscientização e orientação sobre os problemas ocasionados pelo uso excessivo de tais itens, promovidos por profissionais de saúde em ambientes escolares e até de trabalho, já possam ajudar bastante. Ademais, a família também precisa fazer sua parte: aconselhando e sendo exemplo prático para os filhos, para que não se enveredem nesse caminho, que, no começo, parece belo, mas depois começa a ficar com curvas perigosíssimas e de difícil retorno.

 

Por: Tatiane Cristina Pereira Guidoni Gimenez

Jornalista – MTB: 47.966

 

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