E a cobra não fumou

Américo Perin

“Sou brasileiro, profissão esperança. Não vou para o exterior para melhorar de vida. Sou um daqueles brasileirinhos mundo afora de norte a sul, que, por fé e cívico amor, ficamos por aqui para melhorar o Brasil.”

Ricardo Vianna Barradas

Perdemos. Um tsunami não teria feito maior estrago nas emoções dos brasileiros. Alguém me disse que, na escala de dores do ser humano, as maiores são a perda pela morte e a perda pela separação conjugal. Eu, confuso, fiquei a cismar: o que estaria acontecendo por aqui?

Num espaço muito curto de tempo, o brasileiro vem perdendo valores que representavam nossa identidade. E as consequências de uma perda podem levar as pessoas a se sentirem vulneráveis e até provocar crises. Crises que afetam a saúde, outras que afetam toda uma economia e outras coisas mais...

Na música, foram-se Rolando Boldrin, Gal Costa, Erasmo Carlos... No esporte, perdemos nosso Pelé e o Roberto Dinamite... Na literatura, perdemos Nélida Pinõn, membro da Academia Brasileira de Letras...

E, também nestes tempos, com fatos ligados à expressão pública do pesar e sua relação com a violência estrutural observada na nossa formação colonial, cogitou-se até a hipótese de pegar em armas para garantir o cumprimento da lei!...

OUTRA VEZ?!

Em uma campanha presidencial anterior, um dos candidatos fez discursos moralistas. Ele fez severas críticas aos gastos realizados pelo governo anterior e às denúncias de corrupção envolvendo obras públicas e outros que tais. Eleito, enalteceu a moralidade e os costumes.

Uma bipolaridade que já influenciava o posicionamento partidário das pessoas veio num crescendo até que o presidente, segundo dizem alguns, abandonou o governo antes do tempo. Ele pensava que o povo o reconduziria “ao trono” carregado nos braços. Não deu certo...

Figura carismática – ou até caricata –, diz o folclore que ao ser questionado sobre a motivação de ato tão forte, ele respondeu como era do seu estilo: “FI-LO PORQUE QUI-LO”. Realmente, Jânio Quadros era uma figurinha carimbada.

Ah, voltando aos tempos atuais. Não sei de nada... Que confusão conseguiram armar!!!!!!!!! Como diz a sabedoria popular: “só por Deus mesmo”.