E já se passaram 150 anos!!!
Américo Perin
Segundo levantamento em documentos da época, a colonização italiana, no Brasil, neste ano completa 150 anos. Segundo consta, o “Estado do Espirito Santo tem a 1ª cidade fundada por imigrantes no país. E, no dia 17 de fevereiro de 1874, os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil por meio da expedição Tabbachi. Santa Teresa, na região serrana do Espírito Santo, foi berço da colonização italiana e conserva a cultura do país europeu até hoje”.
Seguidas a essa primeira viagem, vieram outras, principalmente para os Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Entre as cidades que são destaque em São Paulo está Sertãozinho... Eu sempre ficava muito à vontade junto “il più anziano della famiglia”, gostava de ouvi-los contar histórias da Itália, a saga da viagem e como se ambientaram no novo país. Assim conheci a história da minha família por parte de pai.
Nos anos 1800, a Itália passava por um período realmente muito difícil. A fome aterrorizava a população, principalmente devido às constantes guerras no velho continente. No Brasil, a situação também causava grande preocupação ao governo, pois avizinhava-se a libertação da mão de obra escravizada. Foi aí que os irmãos Giácomo e João, convencidos com as promessas dos dois governos, juntaram-se a muitos outros italianos e partiram da Bela Itália rumo ao Brasil.
Durante a viagem, entre muitos outros dissabores, morreu a esposa do Giácomo e seu corpo foi sepultado no mar, deixando com o marido uma pequenina, um bebê de poucos meses de vida. Algumas semanas depois, o navio aportou em Santos. João optou por dar continuidade ao que haviam planejado e continuou rumo ao sul do país. Giácomo, com a menininha, ficou em Santos, onde encontrou um padre italiano. Pela facilidade do idioma e por ser um católico fervoroso, expôs sua situação e pediu ajuda para que o padre encontrasse uma família que ficasse com a criança durante o dia e ele cuidaria dela durante a noite. Pediu também ao padre se poderia intermediar para que ele pudesse trabalhar, era pedreiro.
O padre colocou a mão no bolso, deu-lhe algumas moedas e seguiu seu caminho... Giácomo nunca mais entrou numa igreja. Foi para a cidade de São Paulo e lá ajeitou-se como entregador da “Cervejaria Paulista”. Transportava a mercadoria em um carroção de quatro rodas pelas ruas da São Paulo antiga. Certo dia, no andar vagaroso do cavalo, ia subindo a Avenida Liberdade quando ouviu uma voz de mulher chamar seu nome. Virou-se e, de uma janela, um lenço sendo agitado chamou sua atenção. Era Úrsula, com quem havia namorado na Itália e pelos caprichos da vida estava também sozinha aqui no Brasil.
Bem, do meu tio avô João Perin, não tivemos mais notícias, mas o Giácomo Perin e Úrsula tiveram cinco filhos. Meu bisavô trabalhou como funcionário da “Light and Power”, primeira hidrelétrica do Brasi, enquanto minha bisavó criava os filhos com muito amor e carinho. Ah! E o Américo Perin veio pra Sertãozinho e casou com a Ângela Maria Volpe ... La storia non é ancora finita. Ma ho già contribuito a questi eroi epici. Ursula e Giácomo, ora deceduti, sono trisnonni!!!!!! E segnatevi la data: il prossimo agosto l'Orquestra Jovem de Sertãozinho farà uno speciale al Teatro Municipale con solo musica italiana, classica e popolare.