EDUCAÇÃO - Mães de alunos protestam pela falta de professores nas escolas municipais de Sertãozinho

14/02/2017

a última semana, diversos pais de alunos da rede municipal de ensino têm protestado pela falta de professores em centenas de salas aula da cidade. Isso porque o atraso na contração de professores temporários tem prejudicado o início do ano letivo.

As mães reclamam que, devido à falta de educadores, as escolas estão reunindo duas turmas em uma única sala e os alunos com deficiência deixaram de ser acompanhados por cuidadores, como determina a lei.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que o atraso na abertura do processo seletivo ocorreu em função “de uma demora por parte das empresas participantes do processo licitatório”, mas a prova será aplicada neste domingo, 12.

“Apesar disso, é preciso pontuar que, todos os professores efetivos da Secretaria Municipal de Educação estão atendendo os alunos neste início de ano letivo, sem prejuízos, já que todos eles são pedagogos graduados”, diz o comunicado.

Por outro lado, a dona de casa Jucelina Santos afirma que a situação não é bem essa. Ela diz que o filho André, de 8 anos, sofre de distúrbio de linguagem e precisa de uma cuidadora para acompanhá-lo nas aulas. Essa profissional, no entanto, só será contratada em março.

“Ele não faz nada, não abre nem o caderno sem a cuidadora. Eles disseram que só no dia 6 de março vai ter cuidadora, ou seja, um mês sem aulas. As outras crianças foram para a escola e o meu não. Fica difícil, ele vai aprender como?”, critica.

Já a faxineira Cássia Andrea afirma que os professores não conseguem atender de forma adequada todos os alunos, devido à junção de turmas. Ela diz que a filha Sofia, de 2 anos, tem deixado a creche sem banho, diferente do que ocorria no ano passado.

“As mães estão bem desanimadas. As crianças estão largadas. As professoras que continuam estão tentando, mas não está dando certo. Em casa, eu dou banho, dou comida, mas na escola está essa bagunça”, diz.

 

Prorrogação de contrato

 

A professora da rede municipal, Ana Cláudia explica que a Prefeitura tinha a opção de prorrogar por mais um ano os contratos dos docentes temporários que foram admitidos em 2015. Porém, a administração só autorizou o adiamento de alguns deles por 47 dias.

“As mães reclamam muito e dizem que os filhos terão que passar por três adaptações. Primeiro, com o professor que está na sala. Depois, conosco, os 47 dias. E, no restante do ano, com os cuidadores que virão nesse próximo processo seletivo”, afirma.

 

Sem prejuízos

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que o atraso no processo seletivo ocorreu devido a "uma demora por parte das empresas" que participam da licitação. As provas estão previstas para ocorrer neste domingo, 12.

A Prefeitura nega prejuízo aos alunos, destacando que a Promotoria sugeriu uma atribuição de aulas em caráter emergencial, o que ocorrerá neste sábado, 11, para professores de educação básica I e II que fizeram processo seletivo em 2015.

"A contratação dos professores de PEB-II do Processo Seletivo, realizado no ano 2015, das disciplinas de Matemática, Português, História, Geografia, Ciências e Inglês, deverá ser estendida para o ano letivo de 2017", diz o comunicado.

Já os docentes que ministram as disciplinas de artes e educação física serão contratados temporariamente por 47 dias até que o processo seletivo em vigor seja concluído, o que deve ocorrer em abril. (Com informações do G1 Ribeirão e Franca).