Eleições

05/09/2022

É tão triste envelhecer no Brasil por duas razões. Primeiro porque, apesar de não ser mais um país de jovens, como sempre o fora, e agora, com pequeno número de nascimentos e crises econômicas, a tendência do Brasil é que tenhamos uma população envelhecida sem antes o Estado ter permitido o enriquecimento da população. Segundo porque a memória histórica e antropológica faz a população ver-se como jovem. Ainda se repetem jargões dos anos 30 como: criança, não haverá país como este, este é o país do futuro (1828), Brasil profissão esperança.

Por isso, envelhecer no Brasil é decadente e logo todos querem se livrar dos velhos. Não há, como em outras culturas, respeito à sabedoria de quem viveu e viu tudo se repetir, durante décadas, principalmente as promessas políticas. O que nos faz lembrar de um herói da ultradireita, Adolf Hitler, que “a mentira, quanto mais absurda, mais facilmente acredita nela”. E parece, que no Brasil, o centro, a direita e a esquerda aprenderam essa lição. Logo vemos que os debates são o lugar predileto dos mentirosos. Escrevendo sobre debates, podemos reafirmar a nossa tese: só servem para dar dinheiro por meio das propagandas às Bandeirantes da vida, que esperam, de 2 em 2 anos, para apresentar “a sociedade do espetáculo” político.

Candidatos mais inteligentes nem compareceram a esse circo, mas, se o candidato/a for desconhecido tem a chance de se apresentar como “o novo”, mesmo que seja uma velha raposa, e aí os incautos de sempre deixam-se levar por utopias e promessas incumpríveis. Como exemplo, podemos citar “o coronel” Ciro Gomes e “a noviça rebelde” Simone Tebet, que conseguiram um grande feito no debate bandeiroso: chamaram atenção dos indecisos. A eles, o capitão Bolsonaro deve muito, embora, provavelmente, não saiba disso. Graças ao Bolsa Família, Lula estava à frente das pesquisas há um ano e tinha uma leve chance de fechar “o caixão das eleições” no primeiro turno, mas graças à dupla “pink e cérebro”, teremos segundo turno, pois Bolsonaro vem subindo nas pesquisas, ainda que o povo chame o Auxílio Brasil de Bolsa Família.

E as pesquisas mostram que os R $600,00 não influenciaram os votos das pessoas que recebem esse auxílio, que um dia, não faz muito tempo, Bolsonaro chamava de “Bolsa Farelo”. Mas como tudo muda para ficar do mesmo jeito, o anti Fome Zero hoje cria o Auxílio Brasil.  É bom deixar bem claro duas coisas que o leitor ou leitora já sabem: primeiro, somos neutros… nesta página; segundo, nenhum cristão quer ver crianças passando fome. Com isso, queremos dizer que não somos contrários à transferência de renda, mas sim ao seu uso eleitoreiro, o que até os muito pobres já descobriram. Com a licença da grande mídia importante, queremos aqui colocar a nossa discordância, inclusive contra os órgãos de pesquisa, dos quais nunca duvidamos, mas os números estatísticos, que são acertados e frios, infelizmente são interpretados por seres humanos e, nesse contexto, oferecemos nossa interpretação aos críticos dessa coluna.

Lula e Bolsonaro são ótimos jogadores e sabem fazer-se de vítima ou de vencedor segundo a necessidade. Luís Inácio foi para o debate de “salto alto” e, dentro desse pensamento, não quis bater forte em Bolsonaro, imaginando que bolsonaristas arrependidos poderiam votar nele. Além disso, contava que eleitores de Simone e Gomes votassem nele logo no primeiro turno. Embora estejamos diante de dois gênios da política (Lula e Bolsonaro), nem sempre a genialidade teórica mostra-se na prática. Assim, entendemos que Lula perdeu os seguidores de Ciro, e Tebet, graças à sua inteligência, roubou eleitores de Lula, o que obrigará o PT a enfrentar um segundo turno… Aí, começa tudo de novo, nada está garantido. A não ser que tenhamos uma chance de dialogar com você leitor/a novamente. Por isso, nossos agradecimentos.

 

Prof. Egydio Neves Neto

Prof. Renata Neres