ENGANO - Mulher descobre que foi dada como morta ao pagar conta em Sertãozinho
Maristella Coutinho
A cabeleireira Maria Auxiliadora da Silva levou um susto no momento em que foi realizar uma simples compra em Sertãozinho; isso porque na hora de efetuar o pagamento, ela descobriu que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) havia cancelado todos os seus documentos e contas bancárias, como se Maria estivesse morta.
A cabeleireira, que está desde novembro com o CPF cancelado e com os cartões de banco e conta corrente bloqueados, diz que já passou por esse tipo de constrangimento mais de uma vez. “Já passei por constrangimentos na hora de pagar uma conta porque o cartão de crédito não passou. Não posso nem realizar uma compra pela internet e não tenho mais crédito, além de ter corrido o risco de ser presa por ter utilizado os meus próprios documentos”.
Como se não bastasse o problema com as compras, agora a cabeleireira enfrenta, também, problemas com o seu próprio CPF que, segundo ela, já foi cancelado duas vezes. “No início eu fui até a sede da Receita Federal em Ribeirão Preto e consegui resolver a questão facilmente. Porém, agora dizem que não podem fazer mais nada”.
Ainda de acordo com a cabeleireira, nessas ocasiões, a Receita Federal declarou que o documento possivelmente foi suspenso em razão de seu nome, por ser muito comum, e que a suspensão deveria atingir algum homônimo, e não ela. O órgão ainda informa que para reativar o CPF, basta ela comparecer em uma agência da Receita Federal, porém, também recomendou que ela verificasse, junto ao INSS, o motivo da informação do óbito, para que esta informação seja alterada.
O advogado de Maria Auxiliadora, Luiz Gustavo Penna, não concorda com a justificativa. Para ele, o fato de a cabeleireira ter um nome comum não é o suficiente para a suspensão do documento. “O problema é que esta situação mexeu na vida inteira dela. E a possibilidade de ser presa por usar o próprio nome, sem dever nada, só é a cereja do bolo. Isso não pode ocorrer. Não se pode constatar que a pessoa está morta desta forma”, afirma o advogado, que entrou com ação na Justiça para resolver a situação. (Com informações da Revide)