ESFORÇO REPETITIVO - Tendinite: problema importante de saúde pública
Lena Aguilar
Atualmente, uma das doenças mais conhecidas e incidentes em indivíduos de todas as idades é a tendinite. Trata-se de uma inflamação no tendão, uma estrutura fibrosa, como uma corda, que une o músculo ao osso. Essa inflamação se caracteriza pela presença de dor e inchaço e pode acontecer em qualquer parte do corpo, sendo mais comum no ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo.
Os sintomas iniciais são dor e inchaço a execução de movimentos e podem ser decorrentes do uso excessivo de computadores (digitadores), vídeo games, celulares, tablets ou em profissionais de trabalho manual como em fábricas, funcionários de limpeza, pedreiros e marceneiros.
A tendinite é problema importante de saúde pública, por conta do elevado número de casos, na sua grande maioria jovens trabalhadores, e as perdas econômicas geradas por faltas e afastamentos no trabalho. Há uma alta procura por tratamento em hospitais públicos e privados, em pronto-atendimentos, consultas ambulatoriais e clínicas de fisioterapia, o que representa um enorme custo de saúde para as seguradoras e empresas. Não bastasse isso, existe ainda uma alta prevalência de processos judiciais decorrentes de afastamentos, pedidos de ressarcimento por danos físicos e de aposentadoria por invalidez. Consegue imaginar o custo que tudo isso gera?
Segundo o educador físico Marco Antonio Godinho, ao contrário do que muitos pensam, trata-se de uma doença grave e deve ser tratada para evitar reincidência e cronicidade. “A tendinite pode provocar muita dor e, dependendo do estágio da doença, causar perda de força, rigidez, inchaço local, atrofias e até mesmo incapacidade do uso do membro afetado”, explica o educador físico.
A tendinite costuma ocorrer em regiões, como extensores do punho, nas mãos, nos tendões dos ombros, tornozelos, cotovelos, entre outras, e ocorre por diversas situações.
Algumas delas: Posição inadequada durante a prática de atividades físicas, como a musculação, corrida entre outras. Postura inadequada à digitação. Esforço intenso e repetitivo, principalmente, no caso de esportistas. Alongamento inadequado para a prática de exercícios físicos. Infecções, de modo geral. Falta de hidratação e alimentação inadequada. Traumas mecânicos. Doenças reumatológicas. Alterações de origem biomecânica que aumentam a sobrecarga sobre o tendão.
A tendinite pode ser resultado de diversos problemas, e hoje muito se fala no uso abusivo de celulares e tablets, com um aumento significativo de lesões diagnosticadas. Um local comumente acometido nesta situação são punhos e dedos (polegar). O uso racional de smartphones pode ser um caminho para evitar esse tipo de lesão.
O Tratamento
“As dores podem ser constantes ou em pontadas e podem aparecer em simples movimentos”, conta o médico Ortopedista e Traumatologista, Gustavo Borgo. Geralmente as medidas de prevenção recomendadas pelos especialistas incluem pausas para o descanso, diminuição da sobrecarga muscular, diversificação das tarefas e adequação ergonômica do mobiliário, máquinas e ferramentas. “O tratamento está baseado na causa em si. Repouso e posicionamento correto durante atividades são importantes para prevenir lesões e reincidências”, conclui Dr. Borgo.
O tratamento é uma sequência de cuidados que devemos ter para evitar a tendinite. São eles: repouso do tendão afetado (tipoia para o ombro, tala para o punho, etc). O tempo de repouso deve ser determinado pelo médico – períodos de repouso prolongados podem acarretar aderências e atrofia muscular e são prejudiciais. Aplicação de compressas frias com gelo para diminuir a inflamação. Medicamentos anti-inflamatórios prescritos pelo médico. Fisioterapia e alongamento.
A Prevenção
O alongamento é uma das principais formas de prevenção da tendinite. Antes de qualquer atividade física ou esforço repetitivo é importante alongar todo o corpo, principalmente a parte mais usada, como dedos, mãos, pernas. “São com medidas simples e diárias que alcançamos a melhor forma de prevenção para evitar este tipo de lesão”, conta o educador físico Marco Antonio Godinho.