ETANOL - Com consumo menor, cai participação do etanol em combustíveis
Em agosto, o consumo de etanol hidratado caiu para 1,35 bilhão de litros, 14% abaixo do registrado em igual período do ano passado.
Com isso, a participação do derivado de cana-de-açúcar no ciclo Otto (gasolina e etanol) recuou para 21% no Brasil. Em agosto de 2015 era de 25%.
Mato Grosso e São Paulo são os Estados que têm os maiores patamares de participação, atingindo 41%.
Ao contrário do etanol hidratado, o consumo de gasolina C subiu para 3,54 bilhões de litros em agosto, com avanço de 7,5% ante igual período de 2015.
A presença menor do etanol hidratado no tanque dos carros dos consumidores brasileiros se deve ao momento favorável à demanda e aos preços do açúcar. Essa queda ocorre, no entanto, também devido à falta de uma política de longo prazo para o etanol.
A falta de previsibilidade reduz investimentos até na produção de cana-de-açúcar, disputada pelos diversos produtos (açúcar, etanol anidro e etanol hidratado) oriundos dessa matéria-prima.
Neste ano, houve uma mudança de perfil no setor sucroenergético. O açúcar, após vários anos sem atratividade, voltou a ser rentável e passou a exigir mais cana para a produção. Com isso, caiu a participação do etanol hidratado no volume de cana moída. O hidratado tem menor rentabilidade no momento. A produção caiu e o preço subiu.
"Se nada for feito, o etanol vai perder cada vez mais participação na matriz energética do ciclo Otto", diz Antonio Padua (Foto), diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Na avaliação do diretor da Única, a política de longo prazo para o setor deve contemplar também a valorização ambiental desse combustível.