Falando de Economia com Beto Bellini - Cultura transforma a vida das pessoas
“Um povo que não ajuda ou não fomenta o seu teatro, se não está morto, está moribundo.” (F. Garcia Lorca)
A cultura de Sertãozinho mostra mais uma vez que, mesmo com adversidades, quando os interesses comuns prevalecem, o resultado é positivo.
Foram publicados os editais Provar e Banco de Projetos, que possibilitarão muitas atividades nesse ano. As OSC´s também já estão ativas, desenvolvendo os projetos contemplados no final do ano passado.
Em maio, teremos a 37ª Mostra de Teatro “Américo Rosário de Souza”, entre os dias 16 e 25 de maio, reunindo grupos de todo o país.
A cidade vive intensamente seus eventos culturais, carecendo de outras tantas iniciativas para suprir a falta de lazer e opções disponíveis.
Daí ser a cultura um forte agente de identificação pessoal e social, um modelo de comportamento que integra segmentos sociais e gerações, uma terapia efetiva que desperta os recursos internos do indivíduo e fomenta sua interação com o grupo, e um fator essencial na promoção da saúde, na medida em que o indivíduo se realiza como pessoa e expande suas potencialidades.
O artista, seja ele escritor, pintor, cantor, sente-se alguém que é respeitado pelo que é capaz de realizar. Há indivíduos que não criam, mas apreciam o belo, dedicando suas vidas a promover cultura. Há que citar os que comercializam a arte, vendendo ou comprando os produtos culturais, grupo hoje em dia acrescido dos profissionais da mídia, com o poder de promoverem no mercado o que lhes convém, à revelia da qualidade.
E finalmente, há aquele que não cria nem promove, e que, no entanto, aprecia intensamente a arte. Indivíduos assim identificam-se entre si, com a finalidade de admirar e promover a cultura.
Em alguns lugares, a conveniência é que as ofertas de cultura não existam, que se valorize a alienação cultural. Isso denuncia a incapacidade da sociedade em particular de promover a integração de certos segmentos ou indivíduos, evidencia a exclusão social, a opressão e a manipulação de segmentos menos poderosos, nem por isso menos numerosos da sociedade.
Num país em que questões como saneamento, educação e saúde ainda são um problema grave, falar em cultura pode soar supérfluo. No entanto, enquanto a educação é responsável pela formação dos cidadãos, apenas a cultura tem o poder de transformá-los. Quem tem contato com a arte ganha uma visão de mundo mais crítica e mais questionadora, já que ela estimula a criatividade e amplia o conhecimento. Para se fazer uma cidade melhor, a cultura precisa estar posicionada nas prioridades.
Que possamos então aproveitar todas as ofertas culturais, os eventos e ações realizadas por aqueles que lutam incessantemente pela preservação do folclore, do teatro, da música, da dança, das artes plásticas e de todas a expressões possíveis. Cuidar do corpo, cuidar da alma, cuidar da vida. Isso também faz parte de sua vida econômica.
Prof. Gilberto C. O. Bellini (Beto), mestre em administração, professor da Fatec/Stz e Unip/RP, membro da Academia Sertanezina de Letras (ASEL).