Falando de Economia com Beto Bellini - DIA DAS CRIANÇAS, FESTA DO COMÉRCIO!
Como surgiu o Dia das Crianças? Por que comemoramos nesta data? A resposta é simples.
Na década de 1920, o deputado federal Galdino do Valle Filho teve a idéia de "criar" o Dia das Crianças. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924.
Mas, somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto", e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo, pois, desde então, o dia das Crianças é comemorado com muitos presentes!
Logo depois, outras empresas decidiram criar a Semana da Criança, para aumentar as vendas. No ano seguinte, os fabricantes de brinquedos decidiram escolher um único dia para a promoção e fizeram ressurgir o antigo decreto. A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante para o setor de brinquedos.
E, no embalo de toda a pressão da mídia, os pais se esforçam para atender aos desejos de seus filhos. Da mesma forma que meus pais me presenteavam, também ofereço à minha filha “adolescente”.
Os pais que ainda não compraram o presente de seu filho para o Dia das Crianças deste ano devem pesquisar bastante antes de decidir a compra, pois o preço de um mesmo produto na região pode mais que dobrar, chegando a diferenças absurdas de um lugar para outro. Por ser uma data nobre para o comércio, não há muita possibilidade de grandes promoções de preço. Atenção e paciência são as armas do consumidor.
A Fundação Procon-SP oferece muitas informações importantes na decisão de compra. Tabela divulgada pela entidade aponta um aumento de 6,58% nos preços dos brinquedos pesquisados, na comparação com o mesmo período do ano passado. Pior que isso é a variação de preços dos mesmos produtos que ultrapassa 100% em algumas lojas.
Além de pesquisar os preços e as formas de pagamento em vários estabelecimentos, o Procon-SP orienta aos pais que considerem o custo-benefício do deslocamento, se o produto mais barato não estiver na sua região.
A entidade também lembra que, antes de comprar qualquer brinquedo, o consumidor deve verificar na embalagem os seguintes dados: faixa etária indicada, identificação do fabricante, instruções de uso e montagem, existência do selo do Inmetro (que indica que o produto foi fabricado e comercializado de acordo com as normas técnicas em vigor) junto com o selo de um órgão credenciado. Produtos importados devem apresentar as mesmas informações exigidas pelos nacionais, em língua portuguesa. No mais, o órgão não recomenda a compra de brinquedos comercializados por ambulantes, pois muitas vezes eles não possuem certificação e não acompanham termo de garantia ou nota fiscal.
Apesar de tudo isso, ainda considero muito, muito importante, o diálogo entre pais e filhos. Explicar à criança o motivo do presente e do esforço para adquiri-lo. E mostrar que, melhor que o presente, um abraço ou um passeio pela praça é muito mais importante. Não se forma um cidadão comprando sua consciência. Dar um presente apenas para cumprir formalidade não resulta em um filho preparado para o mundo. Não se compra o amor de uma criança com um brinquedo.
Prof. Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em administração, professor universitário da Fatec Sertãozinho e Unip RP.