Falando de Economia com Beto Bellini - ECONOMIA NA CONSTRUÇÃO DA CASA PRÓPRIA
O mercado imobiliário sempre foi muito aquecido na região. Reformas ou construções são encontradas em muitos quarteirões da cidade, o que ajuda a acelerar a economia com a geração de emprego e venda de material.
Para quem contrata estes serviços, a falta de atenção pode gerar muitos dissabores, se não houver planejamento e acompanhamento adequado. Obviamente que um engenheiro de confiança ou empresa especializada pode garantir maior qualidade, mas algumas medidas simples são importantes.
Por exemplo: o custo de mãe de obra mais que dobrou nos últimos anos. Além disso, é um setor com excessiva informalidade. O contratante já está habituado a ter que pagar mais caro no final, o que é um grande erro. A elaboração de um contrato prévio e o não pagamento de parcelas intermediárias sem cumprimento das etapas físicas podem resultar em uma obra melhor e mais rápida.
Da escolha do terreno aos acabamentos, a construção pode ter seus custos significativamente reduzidos, desde que o processo tenha um planejamento e uma organização adequados. As dicas abaixo buscam, de forma bastante resumida e simplificada, mostrar como:
Compra do terreno:
- se possível, escolher um terreno plano, o que representará menos gastos com terraplanagem e fundações;
• avaliar o solo, para saber se o custo de fundação será alto; - em um lote acidentado, é possível fazer terraplanagem, mas a necessidade de fazê-la ou não será definida pelo projeto arquitetônico, que pode tirar proveito da inclinação ou dos acidentes naturais do lugar.
O projeto:
- é altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou engenheiro civil, informando a este profissional o quanto se pretende gastar com a construção;
- revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas até o fim. É muito mais fácil e barato solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que derrubar paredes durante a obra;
- concentrar banheiros e cozinha numa mesma área permite otimizar o uso da tubulação hidráulica necessária;
• sobrados geralmente custam menos que casas térreas; com o mesmo telhado cobre-se o dobro de área construída, além de utilizar-se praticamente o mesmo tipo de fundação; - a construção de ambientes deve ser prevista caso sejam realmente utilizados;
- uma planta cheia de recortes dificulta a execução do serviço, requer mais material e representa mais área de pintura;
- recortes em pisos de cerâmica, azulejos e outros materiais de acabamento (para assentamento nos cantos) são fonte de desperdício, pois dificilmente é possível aproveitar as sobras. Ambientes projetados com dimensões adequadas às medidas-padrão desses materiais evitam essas perdas.
Planejamento: depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um planejamento da obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela construção, uma planilha pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase, evitando-se gastos não necessários no momento. O fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de dinheiro (obra demorada é sempre mais cara). Anotar na planilha todos os gastos e sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração do Imposto de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais.
Mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projeto, como tamanho, espessura, tonalidade, poupando tempo na hora de pesquisar e comprar. Na próxima semana, apresentaremos mais algumas dicas.
Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em administração, professor do curso de Gestão Empresarial da Fatec/STZ e da Unip/RP.