Falando de Economia com Beto Bellini - Uma questão de comportamento

Falando de Economia com Beto Bellini - Uma questão de comportamento
11/03/2024

Existe uma frase atribuída a Millor Fernandes que diz o seguinte: “O futuro chega com tal rapidez que começo a desconfiar que agora está atrás de mim”.

Em uma das edições anteriores, tive a alegria de ler comentários elogiosos a mim e minha família por parte de um amigo em sua coluna. Mais que o orgulho de ser citado por um articulista de conceito nacional, alegrei-me pelo reconhecimento de uma amizade que se estende de outras (e mais magras) épocas, sem maiores pretensões.

E a questão ainda gerou algumas conversas com outros amigos e alunos.

Vivemos uma época de profunda deterioração das relações interpessoais. O ritmo de vida acelerado, a inevitável cobrança por resultados, a rapidez das mudanças e a internet contribuem para isso. Cada vez mais, cobramos dos outros aquilo que não oferecemos.

O sucesso de uma organização é muito similar ao sucesso pessoal. A busca da eficácia e eficiência são parâmetros de condução das ações. Por exemplo: uma empresa que cumpre prazos, entrega o produto solicitado na adequada especificação, pelo preço correto sempre tem mais credibilidade nas relações comerciais.

O alcance do lucro é necessário, até mesmo obrigatório. E não apenas qualquer lucro, mas um lucro satisfatório. Para tanto, a ação deve ser sistêmica, envolver todos os setores e todas as pessoas. Sim, pessoa, gente, capital humano, o maior diferencial de qualquer organização. Investir na qualidade das pessoas e estimular o relacionamento interpessoal, intergrupal e intraorganizacional são tarefas simples para qualquer gestor. Tão simples que muitos não fazem, por achar que isso é resultado natural da existência humana, não pode ser mexido.

Uma outra citação atribuída ao Papa João Paulo II ensina que “a humanidade possui hoje instrumentos que podem transformar o mundo num jardim ou reduzi-lo a um monte de ruínas. ”A escolha é nossa, sempre.

Todos somos vítimas do sistema que criamos. Estamos cada vez mais perdendo nossa identidade.

O sistema social infiltra-se em nossa personalidade, escasseando a produção de pensamentos singelos, tranquilos, serenos e alegres. O reforço negativo é muito maior e convivemos com mentiras, enganação, corrupção, como se isso fosse a parte natural da existência. CIDADÃO é uma pessoa capaz de criar ou transformar, com outros, a ordem social. É a quem cabe cumprir e proteger as leis que ele mesmo ajudou a criar.

Na música de Ivan Lins, aprendemos que “Pra que nossa esperança seja mais que vingança, seja sempre o caminho que se deixa de herança”. Construir uma existência ética é nossa tarefa mais difícil, mas é o que importa. Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.

Apontar os outros como culpados pelos nossos erros é sempre mais fácil. Distorcer a verdade quando sob pagamento é atentar contra nossa própria existência e isso ficará marcado na nossa história.

Nunca é muito fácil falar de amor, de coisas positivas. Mas vale a pena.

E aproveito ainda o espaço para prestar uma simples homenagem às nossas mães e mulheres, pedindo desculpas por não colocarmos em prática todo o amor que elas nos ensinam diariamente.

Que todos os dias sejam dias das mulheres, não pelo presente material, mas para estejamos presentes em suas vidas como elas estão nas nossas.

 

Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em administração, professor do curso de Gestão Empresarial da Fatec/STZ e da Unip/RP.