FUGINDO DA CRISE - Como evitar gastos excessivos na Páscoa

22/03/2016

Lena Aguilar

 

A Páscoa se aproxima e junto com a data vem aquela velha questão: como conciliar celebração e orçamento? Se a situação financeira não é das melhores, talvez seja o momento de aproveitar para introduzir às crianças algumas lições de educação financeira. Segundo o professor de Administração, Gilberto Bellini, essa pode ser a oportunidade de argumentar sobre a real importância da data festiva, enfatizando que o ovo é meramente um símbolo que remete ao renascimento e ao início de novos tempos. “É possível, também, trabalhar sobre a diferença entre os conceitos ‘caro’ e ‘barato’, mostrando que um item que tem o valor baixo não necessariamente é barato e vice versa”, completa Bellini, que aposta na ideia de disseminação dos conceitos preço e valor.
Para a psicóloga Tamiris Prizon, a problemática que envolve a compra do ovo de Páscoa vai além da questão da data comemorativa. “Comprar um ovo reflete uma questão contemporânea maior, que diz respeito à maneira como as famílias constroem valores a partir do exercício exacerbado das mídias para a venda em grande escala”, afirma.

“Dessa maneira, o que afeta, realmente, não é o fato de existir a ausência do símbolo durante a comemoração, mas, sim, como os pais lidam com a questão do consumismo, com a gratificação pelas ações de esforço e cumprimento do papel de filho. E principalmente como a família lida com a frustração da criança de não conseguir um ovo de Páscoa grande e contendo o seu personagem de desenho preferido”, ressalta.

E se não tiver ovo?
É possível que as crianças fiquem frustradas por não ganharem o tão sonhado e desejado ovo que querem. Porém existem formas de minimizar e acabar com esse sentimento. Para Gilberto Bellini, uma forma de lidar com isso é mostrar que datas festivas são importantes, mas que o dia a dia só se torna mais saudável e próspero quando há planejamento. “As pessoas não conquistam objetivos de um dia para o outro. São meses, semestres e anos de bons hábitos e bons negócios. Por que não compartilhar esses princípios econômicos com os filhos?”, completa.
O professor Bellini reforça que a ausência do símbolo pascal não atrapalhará no desenvolvimento psicossocial e aposta que cada família deve lidar com a questão a partir de como se configura a relação de afeto e respeito para com a criança.  “Se a família não tem condições de comprar um ovo menor, talvez seja importante conversar com a criança sobre as principais prioridades. Com paciência, afeto e esclarecimento, mesmo chateada com a situação, a criança possivelmente entenderá a realidade que a cerca”, enfatiza.