BETO BELLINI
A geração de emprego e renda tem sido um dos pilares para o fortalecimento da economia de qualquer nação, e, no caso do Brasil, ela assume um papel crucial diante das complexas questões sociais e econômicas que o país enfrenta. O aumento do emprego formal e a promoção de fontes de renda sustentáveis são fatores determinantes para o crescimento econômico, a redução da desigualdade social e a melhoria das condições de vida da população. No entanto, alcançar esses objetivos requer uma combinação de políticas públicas eficientes, inovação no setor produtivo, educação de qualidade e um ambiente favorável aos negócios.
A taxa de desemprego no país, embora tenha mostrado alguma melhoria nos últimos anos, ainda é alta quando comparada com outros países em desenvolvimento, especialmente no pós-pandemia. Além disso, o número de trabalhadores informais, ou seja, aqueles que não têm registro em carteira ou benefícios trabalhistas, continua a ser um problema grave.
A informalidade no mercado de trabalho representa uma perda significativa de direitos para os trabalhadores e limita o crescimento da economia, pois muitos desses profissionais não têm acesso a financiamentos ou benefícios sociais, o que impacta negativamente o consumo e o investimento.
A geração de emprego e renda está diretamente ligada à qualificação da força de trabalho. O Brasil possui um grande potencial de crescimento, mas, muitas vezes, esse potencial é restrito pela falta de educação e capacitação profissional adequada. Programas de formação técnica e educação superior de qualidade são fundamentais para preparar os trabalhadores para os novos desafios do mercado, especialmente em um cenário de inovação tecnológica constante.
Outra estratégia relevante para a geração de emprego e renda é o estímulo ao empreendedorismo e à inovação. O Brasil tem visto um crescimento expressivo no número de startups e empresas de tecnologia, especialmente nas grandes cidades. O fomento a essas iniciativas pode ser uma forma de criar novos postos de trabalho, além de contribuir para a diversificação da economia.
A criação de polos tecnológicos e incubadoras de empresas também pode ser uma forma eficaz de incentivar a inovação e a geração de novos negócios, principalmente em regiões mais carentes.
As políticas públicas voltadas para o fomento do emprego devem ser desenhadas para contemplar a realidade local, as especificidades de cada região e as características do mercado de trabalho. A implementação de programas de geração de empregos, além de políticas de incentivo à agricultura familiar e à economia verde, são exemplos de ações que podem impulsionar a criação de postos de trabalho e a melhoria da qualidade de vida da população.
A geração de emprego e renda também é uma ferramenta poderosa para a inclusão social. A promoção da igualdade de gênero, racial e a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho são aspectos fundamentais para reduzir as disparidades e criar uma sociedade mais justa e equilibrada.
O aumento da renda das classes mais baixas pode gerar um ciclo virtuoso de consumo, impulsionando a economia e promovendo uma maior distribuição de riqueza.
A adaptação às novas demandas do mercado de trabalho, a promoção da inclusão digital e o incentivo à sustentabilidade são fatores que podem contribuir para uma recuperação econômica mais sólida e duradoura. O mercado de trabalho brasileiro também deve se adequar a novas realidades, como o home office, as novas formas de trabalho colaborativo e as mudanças nas relações de consumo.
Investir em inovação, educação e políticas públicas voltadas para o emprego e a inclusão social é, portanto, fundamental para que o Brasil consiga alavancar sua economia de forma sustentável e reduzir as desigualdades sociais. Somente com uma abordagem integrada, que combine geração de empregos formais, qualificação da força de trabalho e apoio ao empreendedorismo, o país será capaz de superar seus desafios econômicos e avançar em direção a um futuro mais próspero e equitativo para todos os brasileiros.
Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em Administração, professor da Fatec Sertãozinho e Unip/RP, membro da ASEL - Academia Sertanezina de Letras.