GREVE - Paralisação de servidores municipais será decidida na Justiça
Fernando Laurenti
O impasse sobre o reajuste salarial dos funcionários da Prefeitura de Sertãozinho continua. Servidores e Prefeito não conseguiram chegar a um denominador comum para acabar com a paralisação que já dura mais de 20 dias.
A população que precisa dos serviços públicos é que mais sofre. Mães que precisam deixar seus filhos nas escolas, consultas médicas que já estavam agendadas estão sendo perdidas, enfim, uma situação de muita insatisfação do povo.
Entendemos a reivindicação dos servidores municipais que estão lutando por um reajuste salarial que eles entendem que é justo. Estão querendo 11,27% inflação ou perto disso. Já a Prefeitura, segundo o prefeito Gimenez, o agravante não é só a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas, sim, a queda de arrecadação - que caiu muito e continua caindo -, por isso não tem uma previsão de como vai ser até o meio do ano, tem que aguardar para ver como será a evolução financeira da arrecadação. O prefeito ofereceu um abono no valor de R$175,00 para cada servidor, também para aposentados, pensionistas e temporários, a contar da data base (abril) até dezembro e que em junho voltaria se reunir com o Sindicato para tentar ver o que poderia fazer em relação ao índice de reajuste e à incorporação salarial - proposta não aceita em assembleia. Antes desta proposta, Gimenez havia oferecido 3% de reajuste percentualh que também não foi aceita. Nesta negociação todos têm suas razões e quem paga o pato é o cidadão.
Após algumas rodadas de negociações. o impasse continuou e acabou na mesa do Juiz de Direito. Dr° Nemércio Rodrigues Marques. que deve nos próximos dias dar um parecer final sobre a greve dos funcionários da Prefeitura de Sertãozinho.
Por tudo que já ouvimos, dá-se o entender que os dois lados têm suas razões, mas deve se levar em consideração o momento em que vive a economia do país - e isso vale para os dois lados. Aliás, para os três lados, nessa hora de desemprego é que mais se precisa dos serviços públicos.
E se esse processo demorar para ser resolvido na Justiça, o que pode acontecer?
Para a Prefeitura isso pode se tornar no futuro uma bola de neve. E, quando sair a decisão, a Justiça mandar pagar, e aí vai ser uma bolada de uma só vez, desequilibrando as finanças do município, quebrando o orçamento daquele ano em que tiver que pagar. Por outro lado, se a Justiça definir que a greve é ilegal, os servidores podem perder todos os dias não trabalhados e outros benefícios, como por exemplo, o abono assiduidade (14º salário), aliás, este abono, que foi instituído em uma das gestões do prefeito atual Zezinho Gimenez.
Portanto, caros leitores, o momento é preocupante. Esperamos que os lados tenham responsabilidade, bom senso e que deixem as rusgas fora de uma possível negociação e que todos possam agir pela razão e não pela emoção.
Temos a fala do presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Celso Gomes Martins, sobre a continuidade da greve.
“A greve está judicializada, isto significa que não houve acordo entre as partes. E agora o Sindicato dos Servidores entra com uma defesa, porque a Prefeitura, na pessoa do prefeito, entrou com uma ação alegando que a greve é ilegal. Além disso, saiu a liminar dizendo que a greve é legal. O Sindicato agora aguarda o julgamento do mérito da ação.
Enquanto isso, os servidores continuam em greve.
Nesta última terça-feira, 3, ocorreu uma audiência de conciliação, porém não houve acordo entre as partes.
Na quinta-feira, 5, o prefeito chamou para reunião por volta de meio-dia e meia e informou que não tem nenhuma novidade e também vai aguardar a decisão judicial. E só irá se reunir novamente se tiver um fato novo. O prefeito alega que na proposta os servidores devem aguardar até junho para ter certeza se pode oferecer algo mais. A última proposta oferecida foi o abono de R$ 175 de abril a dezembro, o qual foi recusado em assembleia pelos servidores”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Celso Gomes Martins.