GREVE - Servidores Municipais de Sertãozinho vão cruzar os braços segunda-feira
Lena Aguilar
Fernando Laurenti
Na terça-feira, 5, foi realizada a 2ª Assembleia da Campanha Salarial – dissídio 2016 dos Servidores Municipais de Sertãozinho defronte ao Docão.
O objetivo da Assembleia foi discutir a pauta com itens econômicos, ou seja, o reajuste salarial de 13.57% (INPC), mais 2% de aumento real e auxílio alimentação de R$ 650,00 e estender o beneficio aos aposentados. Além disso, foi discutido sobre os ofícios que foram protocolados e encaminhados para a Administração Publica, Câmara Municipal e SAEMAS, desde setembro do ano passado, em que diz respeito as projeções dos reajustes e defasagens da campanha salarial de 2016 dos servidores públicos por ocasião do orçamento público.
O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Celso Luis Gomes Martins, disse que o salário do servidor está em defasagem há anos e que nesta campanha salarial as negociações precisam ter bom senso por causa da crise econômica, já que no 2º dia de assembleia os servidores públicos decidiram entrar em estado de greve desde a última quarta-feira, 13, caso o prefeito municipal José Alberto Gimenez não entrasse em acordo ou oferecesse uma proposta abaixo da inflação. Sendo assim, foi protocolado um edital comunicando o estado de greve e que, após 72 horas de sua publicação, os servidores iriam entrar em greve, que se inicia segunda-feira, 18.
O prefeito Gimenez por sua vez já havia dito que, no momento, com a queda de arrecadação e com os entraves da Lei de Responsabilidade Fiscal, a administração só poderia ter um diagnóstico exato de como será o ano em termos de arrecadação no fechamento do 1º quadrimestre e que no mês de maio poderia ter um número para discutir com o Sindicato. Posto isso, o Sindicato levou esta situação para a assembleia e foi decidido paralisação por parte dos servidores municipais.
“Nesta semana, a diretoria do Sindicato dos Servidores protocolou o edital de comunicação do estado de greve, porque o servidores não aceitaram a negativa de proposta por parte do prefeito. Ele disse que não tinha nenhuma proposta no momento e que era para aguardar até o dia 10 de maio, para que ele estudasse alguma proposta para oferecer à categoria. Sendo assim, o movimento grevista permanecerá em aberto até o final das negociações, na qual esperamos respostas positivas para o bem da categoria e também para o bem comum de todos”, finaliza o presidente Celso Gomes.
"O mais lógico e mais inteligente é ter bom senso entre as partes. Pois ninguém gosta de greve ainda mais em tempos de crise. Caso o prefeito não aceitar nossa proposta pode até piorar a situação econômica por causa da crise. As pessoas param de consumir e o número de servidores municipais é expressivo, girando em torno de 3 mil funcionários”, declara o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais.
O outro lado
O prefeito municipal, José Alberto Gimenez recebeu os sindicalistas na última quarta-feira, 13, no gabinete da Prefeitura, e disse que não tinha condições de apresentar nenhuma proposta no momento e que gostaria que o Sindicato aguardasse até o dia 10 de maio por causa da atual conjuntura que o município vem sofrendo com a crise econômica e queda de arrecadação.
“É normal a reivindicação dos servidores municipais. O Sindicato veio fazer o pleito. O que eu disse é que levasse esta discussão para o mês de maio, mas, mesmo assim, o Sindicato resolveu deflagrar a greve. É esse o bom senso que o Celso pede? O aumento é dado dentro da receita do município. Infelizmente, não é momento para isso, mas acharam por bem entrar em greve. Este é um momento que não podemos trabalhar somente com 30% dos funcionários, principalmente no caso da saúde. Vamos aguardar como irão desenrolar as negociações. Tomara que a população não sofra. É bom ter um consenso entre as partes, uma greve é ruim para todos, e quem mais perde são os munícipes, a população acaba sendo prejudicada. O incrível é que sem uma proposta ou o oferecimento de um percentual, eles pegam e entram em greve. Poderiam ter tido mais responsabilidade e aguardado o 10 de maio que, aí sim, vamos saber quanto o município poderia estar dando de aumento - fora isso não dá para fazer nenhuma proposta. Este ano é ano eleitoral e os prefeitos só podem gastar aquilo que arrecadam. Se gastar mais do que arrecada, o Prefeito pode incorrer na Lei de Responsabilidade Fiscal. Eu vou fazer tudo dentro da Lei e espero que o Sindicato tenha responsabilidade e não prejudique o atendimento da população. O momento é triste. É só ver o grande número de trabalhadores desempregados na cidade. O salário mínimo na Prefeitura é de R$ 1.200,00”, explica o prefeito municipal.
O que irá funcionar?
Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais, com o início da greve, serão garantidos apenas 30% nos serviços essenciais do efetivo dos funcionários. Em relação à saúde irão apenas funcionar os serviços de emergências da UBS da Cohab 3 e do distrito de Cruz das Posses deverão atender casos de urgência e emergência. A UPA continuará realizando seus atendimentos normalmente pelo fato que é terceirizada e a Santa Casa também funcionara normalmente, porque é uma entidade filantrópica.
“Os demais setores deverá paralisar totalmente. O movimento será concentrado defronte ao paço municipal para tentar sensibilizar a administração pública com objetivo de apresentar uma solução o mais breve possível”, explica o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Celso Luis Gomes Martins.