Homem é preso em Sertãozinho, SP, suspeito de dar golpe de R$ 300 mil em vítima que conheceu em aplicativo de namoro

 Foto: Arquivo  pessoal
22/05/2023

Por g1 Ribeirão Preto e Franca

Foto: Arquivo  pessoal

Um homem de 51 anos foi preso nesta segunda-feira (15) em Sertãozinho (SP) suspeito de aplicar golpes em aplicativos de namoro. Segundo a Polícia Civil, ele teria feito dezenas de vítimas, entre homens e mulheres, em diversas cidades do estado de São Paulo.

Fabiano Ribeiro das Neves se apresentava como corretor da bolsa de valores e praticava esse tipo de crime desde 2007, utilizando nomes e identidades falsos a cada novo golpe. Há pelo menos três meses, ele se relacionava com uma mulher em Sertãozinho, que denunciou o caso. Ela teria perdido R$ 300 mil em empréstimos. A partir dos relatos da vítima, a polícia encontrou uma série de crimes envolvendo o suspeito.

Empréstimo e denúncia
O golpista foi encontrado pela polícia de Sertãozinho depois que uma mulher de 49 anos registrou um boletim de ocorrência. "Eles se conheceram na plataforma Tinder e, a partir daí, ele se apresentou com nome falso e depois, à medida que o relacionamento foi evoluindo, ele foi convencendo a parceira a entregar mais valores", explica o delegado titular Eric Natalício Germano.

À polícia, vítima contou que Neves pedia dinheiro para fazer um empréstimo e também pagar contas pessoais. Um carro no valor de R$ 300 mil, financiado no nome dela e que era utilizado pelo golpista, foi apreendido. No momento da prisão, Neves estava em posse de seis cartões de crédito. O veículo foi entregue à vítima. O golpista tinha um mandado de prisão em aberto e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Pontal (SP). Ele não tem advogado de defesa e negou as acusações. Um inquérito policial será instaurado pela Delegacia de Sertãozinho, que vai investigar o caso e possíveis novas vítimas na região.

"A importância é que ele seja responsabilizado e não faça outras vítimas. As vítimas podem fazer boletim na delegacia eletrônica ou procurar a delegacia da própria cidade, que está à disposição para investigar".

Padrão de comportamento
Outra vítima de Neves, uma moradora de São Paulo, contou que descobriu a identidade do golpista por um descuido dele, que apresentou um atestado de antecedentes criminais com o nome incompleto, mas o nome completo da mãe estava visível. A mulher conta que conheceu o golpista em março de 2019, por um aplicativo de namoro. "Ele me disse que tinha recém-chegado da Espanha, que trabalhava na bolsa de valores e veio para São Paulo para continuar esse trabalho. Falava muito sobre investimentos e me induziu a fazer uma aplicação de R$ 10 mil na bolsa de valores e dei um cheque de R$ 10 mil pra ele".

Ela também revela que o suspeito pedia dinheiro, pois não conseguia movimentar a própria conta. "Ele disse que não estava conseguindo movimentar a conta internacional dele para tirar cinco mil euros, que a irmã tinha depositado pra ele". Para o delegado Eric Germano, o padrão de comportamento de Neves é típico de um golpista e é possível identificar e denunciar. "Eles se dizem profissionais bem-sucedidos, empresários e, naquele momento, ou estão mudando de país ou estão precisando de um dinheiro para fazer um outro bom negócio. Aí a vítima, dentro daquele relacionamento afetivo falso, acaba convencida a sempre entregar mais dinheiro, até descobrir posteriormente que era um golpe".