INDÚSTRIA - Bioeletricidade da cana cresceu 4% em 2015, poupando 14% da água dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste
Pelo 8º ano consecutivo a cana e seus subprodutos lideram o ranking das fontes renováveis usadas no Brasil, ficando à frente das hidrelétricas (11,3%); lenha e carvão vegetal (8,2%); solar, eólica e outras fontes alternativas (4,7%).
“Analisando os dados históricos publicados pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) desde 1970, observa-se que a biomassa da cana alternou o posto de 1º lugar entre as fontes limpas com a hidroeletricidade. Assumiu a hegemonia a partir de 2007, e hoje já representa 40% da oferta interna de energias limpas”, destaca Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar).
Especificamente no mercado de energia elétrica, o levantamento da EPE informa uma redução geral de 1,3% na oferta interna em comparação com 2014. Apesar do decréscimo da hidroeletricidade, que pelo quarto ano seguido apresentou condições desfavoráveis, a presença de outras fontes renováveis na matriz elétrica nacional avançou de 74,6% em 2014 para 75,5% em 2015.
Este cenário tem como principais fatores a queda de 18,6% na geração térmica à base de derivados de petróleo, e ao incremento das gerações à biomassa (bioeletricidade sucroenergética) e eólica, que cresceram 5,4% (de 44.987 GWh para 47.395 GWh) e 77,1% (de 12.210 GWh para 21.625 GWh), respectivamente. O dado referente à biomassa inclui, além do bagaço e palha de cana-de-açúcar, lixívia, lenha, outras fontes primárias e a parcela destinada ao autoconsumo nas usinas.
Segundo informa a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com relação específica à oferta de bioeletricidade sucroenergética para a rede em 2015, o volume total foi de 20.169 GWh, um crescimento de 4% em relação ao ano de 2014.
“Esta oferta de energia renovável para o sistema representou o equivalente a poupar 14% da água nos reservatórios do submercado Sudeste/Centro-Oeste, justamente porque esta geração pelas unidades produtoras de cana ocorre em uma época crítica para o setor elétrico, que sofre com o período seco do ano que coincide com a colheita canavieira na região Centro-Sul do País”, conclui Antonio de Padua.