INDÚSTRIA - Feirão mostra o quanto os impostos encarecem os produtos no Brasil

14/09/2015

Desde o primeiro dia do ano de 2015, o Brasil já pagou mais de R$ 1,3 trilhão em impostos, de acordo com o Impostômetro. Com essa quantia seria possível pagar por 89.224 meses a conta de luz de todos os brasileiros, construir mais de 4.769.958 de postos de saúde equipados e mais de 99.500 salas de aula equipadas, e fornecer cestas básicas para toda a população brasileira por 22 meses.

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a alta carga tributária no Brasil, o Comitê de Jovens Empreendedores (CJE) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) promoveu o Feirão do Imposto, que aconteceu na sexta-feira ,11, em frente ao prédio da Fiesp, na Avenida Paulista, 1313, durante o dia todo.

Voluntários do CJE irão mostrar à população o quanto é recolhido em cada produto comprado ou serviço prestado. A iniciativa reproduzirá um supermercado com itens de consumo do dia a dia como arroz, feijão, produtos de higiene e limpeza e outros, como eletrodomésticos e conta de luz, cada um com seu preço real e a carga de imposto embutida. “O Feirão do Imposto é uma forma de chocar e alertar as pessoas que passarão na Paulista”, afirma o diretor-titular do CJE, Luiz Hoffmann.

A ação também tem a organização do Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE) do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), que acontece no sábado, 12, em 6 cidades do estado: Americana, Bragança Paulista, Botucatu, Jacareí, Jaú e São Caetano do Sul. Voluntários dos NJEs regionais também mostrarão à população as taxas de cada produto.

O Feirão do Imposto é uma iniciativa da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) e de entidades em São Paulo, como a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), representadas pelo Comitê de Jovens Empreendedores (CJE) e o Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE).

 

O Leão morde tudo

 

O Brasil é um dos países que mais pagam impostos no mundo. Ao mesmo tempo, continua em último lugar em ranking de 30 países que compara a carga de tributos com a qualidade dos serviços prestados à população. Isso significa que o Brasil oferece um péssimo retorno aos contribuintes no que diz respeito à qualidade de vida, ensino, saúde, segurança, saneamento básico, entre tantos outros serviços.

O estudo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (BPT), analisa a arrecadação de tributos dos países nos âmbitos federal, estadual e municipal em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Para se ter uma ideia de quanto os impostos representam nos produtos e serviços no Brasil, necessidades básicas e comuns para todos, como a conta de luz ou transporte coletivo, arrecadam 46,12% e 33,75% em tributos, respectivamente. O Leão abocanha da simples água mineral 37,44% em impostos, 33,87% nos medicamentos de uso humano e 38,60% para o chocolate. Em produtos básicos de higiene como shampoo (44,20%) ou maquiagem importada e nacional (69,04% e 51,04%) as taxas também são altas. Para aqueles que pensam em afogar as mágoas, os tributos também não dão trégua: 81,87% na cachaça e 55,60% para a cerveja. (Fonte: FIESP)