INDÚSTRIA - Setor de máquinas pode voltar a crescer em 2017
A luz no fim do túnel já tem data para aparecer no setor brasileiro de máquinas agrícolas. Pode ocorrer até o final de 2017. Pelo menos essa é a previsão da AGCO, fabricante mundial de equipamentos agrícolas, feita na última quarta-feira (5), em Foz do Iguaçu (PR).
Após a queda de 25% nas vendas do primeiro semestre, o setor já vê recuperação no segundo. Mesmo assim, apesar do aumento de vendas que vem ocorrendo, a indústria ainda vai terminar 2016 com queda de 5% em unidades comercializadas, em relação a 2015.
Se essa previsão se confirmar, será o terceiro ano seguido de queda nas vendas de equipamentos agrícolas. Após ter atingido 65,1 mil unidades em 2013, as vendas de tratores foram de apenas 37,4 mil no ano passado. Já o total de colheitadeira recuou de 8.539 unidades para 3.917 no mesmo período.
A AGCO espera também recuperar parte da participação nas vendas que perdeu nesse conturbado mercado nos últimos anos na América do Sul. A região, após ter sido responsável por um quarto do faturamento global da empresa há alguns anos, representa de 10% a 15% atualmente.
O objetivo é fazer com que esse percentual fique entre 22% e 25% nos próximos anos, segundo Robert Crain, gerente-geral da empresa para a América do Norte e América do Sul.
A participação da empresa no mercado brasileiro de tratores é de 44%, enquanto a de colheitadeiras fica em 12%, segundo Werner Santos, vice-presidente de marketing e vendas para a América do Sul.
Para Martin Richenhagen, presidente mundial da empresa, é possível elevar essa participação com a colocação de novos produtos, serviços e qualidade dos equipamentos.
Ele diz que as perspectivas para 2017 são boas, mas não tem números exatos ainda para o Brasil. Arrisca um crescimento de 5% a 10% para a empresa, mas afirmou que "não posso confidenciar o que sabemos".
O mercado brasileiro de máquinas vai caminhar no sentido inverso ao dos Estados Unidos a partir de agora, segundo Crain. Os produtores norte-americanos são muito afetados pelos preços das commodities, que estão em queda. Essa queda deve continuar em 2017, o que vai provocar vendas menores no mercado norte-americano.