Inteligência artificial é aposta para melhorar a prevenção de desastres naturais

Inteligência artificial é aposta para melhorar a prevenção de desastres naturais
27/05/2024

RIO GRANDE DO SUL

Segundo a OMM, a inteligência artificial deverá atuar como principal ferramenta de alerta para o risco de desastres naturais até 2027

 

A recente catástrofe de enchentes no Rio Grande do Sul destacou a necessidade urgente de melhorar nossas respostas aos desastres naturais. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a inteligência artificial é uma aliada para a redução do risco de desastres e um sistema de alerta multirriscos, que poderá ajudar vários países na prevenção de eventos climáticos. De acordo com o plano estratégico da OMM para 2024-2027, a inteligência artificial deve ser a principal ferramenta para estimular o progresso na ciência e na tecnologia. “A IA pode ser muito utilizada em sistemas de detecção e alerta precoce de desastres naturais, como inundações, tempestades e furacões. Ela ajuda a tornar a previsão do tempo cada vez mais precisa, correlacionando dados climáticos históricos com inúmeros outros fatores”, afirma Marco Túlio Duarte, diretor técnico da Matriz Go. O Google realizou diversas iniciativas usando IA para ajudar as populações afetadas. Isso inclui mapas detalhados de enchentes disponíveis em buscas e alertas meteorológicos atualizados em tempo real, fornecendo informações críticas para a população. É crucial garantir que esta informação seja acessível a todos, inclusive em áreas com baixa conectividade. “A IA pode ajudar a otimizar a alocação de recursos e pessoal emergencial por meio da análise de dados em tempo real, identificando as áreas mais afetadas e priorizando onde tais recursos são mais necessários”, explica Simone Faquineli, diretora de DevOps e Inteligência Artificial da Matrix Go.

Drones autônomos e/ou semiautônomos equipados com IA são capazes de realizar buscas em áreas isoladas, proporcionando uma resposta rápida e eficiente em situações de emergência. O uso de drones deve ser acompanhado de regulamentos e protocolos de segurança claros para evitar interferência em outras operações de resgate. A IA pode realizar triagem isonômica de pacientes em hospitais e centros de saúde com base na gravidade das lesões e outros fatores, garantindo cuidados mais eficazes e organizados. A precisão dos algoritmos de triagem é crucial e é necessária formação constante dos profissionais de saúde para interpretar corretamente as recomendações da IA.

Segundo especialistas em inteligência artificial, a logística de distribuição de suprimentos pode ser otimizada com a ajuda da ferramenta, que ajuda a mapear rotas mais eficientes para entrega de doações e itens essenciais. Os algoritmos podem analisar inventários e prever necessidades futuras, garantindo que os recursos cheguem onde são mais necessários. A fiabilidade dos algoritmos logísticos é fundamental, especialmente em situações de crise em que os tempos de resposta são críticos. Um desafio atual é a conectividade e o acesso à internet. Muitas cidades inundadas ficaram com suas estruturas de conexão inutilizáveis, dificultando a implementação de algumas dessas tecnologias. Investir em soluções de comunicações de emergência, tais como redes móveis temporárias e sistemas de satélite, pode ajudar a mitigar estes problemas. “A inteligência artificial se destaca principalmente pela alta capacidade de processar e cruzar um enorme volume de dados em tempo hábil, convertendo-os em informações úteis. No caso de infraestruturas críticas, o monitoramento em tempo real dos dados operacionais dessas instalações, em conjunto com dados históricos e estatísticos, capacita a tomada de decisões para prevenir e reagir a possíveis danos e desastres”, finaliza Marco Túlio Duarte. É essencial garantir a cibersegurança destes sistemas para proteção contra possíveis ataques que possam comprometer infraestruturas críticas.

“A catástrofe no Rio Grande do Sul destaca os perigos das mudanças climáticas e dos fenômenos extremos. A IA já desempenha um papel significativo nas previsões meteorológicas, que se tornam cada vez mais precisas, e em locais com a intensificação dos fenômenos climáticos, à comunidade científica e tecnológica e à sociedade como um todo para que tomem medidas preventivas e criem e divulguem sistemas de alerta mais eficientes”, enfatiza Simone Faquineli.

(Assessoria de imprensa - assessoria@etccomunicacao.com.br)